quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Desejo

Eu desejo que você tenha tudo que almeja.

Desejo felicidades,saúde,amores,paz,prosperidade,sucesso.
Desejo filhos,sobrinhos,crianças por toda parte.
Desejo um mundo bom.
Desejo a realização dos seus sonhos.

Desejo pra mim tudo que desejo a você.
E ainda mais.

Desejo pra mim,você e todos aqueles que querem fazer parte do meu sonho.

Seja bem vindo.
E Feliz 2009 pra todos nós.


*Ainda que eu esteja escrevendo no último dia do ano,não prometerei mudanças na minha escrita nesse novo ano que vem.Se acontecer,será natural.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Inacabado

"O violão emudeceu.


Não encontro mais as notas que costumava lhe tocar. Não encontro as lindas palavras que um dia eu declamei pra você em versos musicados. Na verdade, não consigo encontrar nada que me lembre você. Não sei se quero, mas o fato é que o que antes existia, sumiu. Chame de inspiração, chame de vontade, chame de romantismo. Seja o que for, não vem à tona. Não me vem você.


Não sei se lhe ver me faria exaltar todo o sentimento novamente. 'Conduzir o tempo de te amar' não é mais meu direito. 'Prefiro, então, partir a tempo de poder a gente se desvencilhar da gente'. Meu lugar ao seu lado passou. Se tem um novo amor, a condução dessa dança não é mais minha. A voz dessa canção não mais lhe aflige. Deixa o tempo desfazer o que fez.


As cordas não mais soam delicadas. E o desafino chega a me irritar. O desencontro das notas se tornou natural. E talvez essa seja a hora de parar. De admitir que passou.


Agora quero só a sombra do meu violão.


Mas saiba que ele segue encantado ao lado seu.


De alguma forma, nesse imperfeito amor.


Do simples e sempre seu,


Artur Peixoto"

sábado, 13 de dezembro de 2008

Vigília

De fato não são só sentimentais, seja isso o que for. Eles se tornaram muito reais,muito materiais, e eu lhe disse que era perigoso tornar concreto o abstrato. Perigoso demais.


O sentimento toma corpo, e como toda essência que se reveste, largá-lo é algo quase impossível. No mínimo indesejável. Necessário seria uma força quase sobrenatural. Porém, tal força é demais para nós, demasiado humanos. Dizem por aí que a carne é fraca.


Queria eu poder dar-lhe tal força, para tal estado tão corpóreo virar apenas memória. Lembrança. Passado. Queria eu poder ter tal força para me desvencilhar dessa concretude e passar-lhe a segurança que você precisava para o desapego. Este pouco adotado por mim e menos por você.


Desapego fracassado. Quando tudo deveria ter se desapegado da mente, desapegou-se do corpo, apenas. Mente traidora. Fraca. Humana. Mente que controla, que toma conta. E é ela que manda, pra nossa infelicidade.

E enquanto não se encontra saída, vamos construindo nosso relicário. Seja ele só uma caixinha pequena, seja ele o próprio coração. Eu me dou, como parte mais abstrata, e você se dá, parte mais concreta. Por fim nos complementaremos. Versos e corpos.


Até que um belo dia eu lhe escreva dizendo que encontrei uma solução.


E aí então não lhe escrevo mais.



"O que você está fazendo,um relicário imenso desse amor...por que que está fazendo assim?"

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Esboço dos ventos

"Quiçá seja apenas gosto. No máximo, uma habilidade comum a muitos"

Quisera eu ter acreditado em mim ao proclamar tal falácia. Mesmo quando a disse já sabia do seu caráter imaterial. Quis me apegar em uma mentira pensando dizer a verdade que já não a era. Disse mentiras brincando e vivi sua verdade. Ainda tenho feito muito isso.

Uso e abuso de máscaras,verdade da minha ilusão. Grito pra não desfalecer o coração. Declaro. Faço alardes e provoco alaridos. Logo eu, tão serena, tão paciente. Faço, de tudo aquilo que vivo em prosa, poesia.Faço mais. Faço prosa da minha vida poética. Vivo a poesia. E se já notou, minhas poesias se destinam. Se destinam a você. Já desenhei inúmeros quadros de nós e os vivi em versos, reais ou irreais.

Já te declarei amores.Afagos.Arrepios. Já te fiz pra mim. Escrevo o que quero viver e quero viver você. Escrevo-lhe.

Você,quem quer que seja, e onde quer que esteja,sabe quem você é.

Minha prosa e minha poesia.

Completa.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Por causa de você

Passou longos dias até eu perceber.Eram noites que caíam sem que o óbvio fosse notado.

Aos poucos algo que me passava pelos olhos,despertava minha atenção,e ia embora.Assim foi durante um tempo.Era como brisa que vinha anunciar a chuva,que viria algum tempo depois,e voltava só para o desfecho.

Quando menos esperava,me via escutando as músicas que você gosta,passando pelos lugares que você gosta,vendo os filmes que você gosta.Agradando.Auto-agrado.Talvez não fizesse sentido em outro tempo.Mas em outro tempo não tinha você.

Tudo que eu faço subentende-se na sua pessoa.
Até o romantismo dormente que não sabia que existia.
Ele voltou,se estampou.

"Por causa de você bate em meu peito baixinho,quase calado,coração apaixonado por você"


Artur Peixoto.

sábado, 15 de novembro de 2008

Algo a mais

As figuras geométricas sempre fizeram parte do cotidiano dela.Via retângulos e círculos na sala pela qual passava todos os dias.Eram figuras que formavam todo o seu horizonte,seja qual for a situação ou a intenção.Não via nada além de esquadros.
Andava pelas linhas retas procurando por um lugar menos quadrado,por algo que fugisse de toda a ordinariedade presente não só em sua cabeça.Ela estava ali,para qualquer um notar.Não descobria coisa que não se apresentasse em linhas e curvas,não descobria nada extraordinário.Seu mundo havia se tornado inteiramente previsível.Cada passo tinha seu lugar marcado no chão.Ela precisava de algo mais excitante,amorfo.Precisava libertar-se do medo do abstrato.
O medo do próprio medo a amedrontava demais,entretanto.Tinha medo da sua própria consciência,tinha medo de pensar em qualquer coisa que excedesse seus limites geométricos.Pensar em algo que não se pode tocar a apavorava.Os intocáveis eram incômodos.
Já não havia qualquer esperança de metamorfose comportamental.Até o dia em que a vi sentada com uma aparência nada serena.Silenciosamente ela levantou os olhos para mim e só conseguiu pronunciar uma única frase.
"- Sinto saudade.O perfume dele ficou em mim."
E abaixou os olhos.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Saudade dum amor

...Há algum tempo eu me deixava cair no seu abraço...
Seus braços fortes sempre foram muito atraentes e sempre suportaram o peso do meu corpo.Era uma condução leve e completamente abstrata.Mal saberia você que com o mínimo esforço me conduziria pra onde quisesse.Ainda que tenha tomado muito tempo,ainda que tenha mentido verdades.Minha fraqueza deixou-se revelar, e você a decifrou como poucos.Sem qualquer dificuldade,como se a conhecesse há anos.

Me fez de livro.Pegou e leu.
E sem descobrir qualquer entrelinha,partiu.
E acabou.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Saudade

Pra Clarice é "um pouco como fome,só passa quando se come a presença".
Pra Quintana, é ver o amor ontem,hoje e amanhã,mas não vê-lo no momento.
Pra Florbela, não se sabe de onde vem.
Para Drummond, "um estar em mim", é a coisa finda,muito mais que linda.
Chaplin já pensou que morreria dela.
Um desconhecido disse que não cabe no peito e por isso escorre pelos olhos.

Na minha ousada opinião,com a presença não passa.Ter o bem tão perto só me causa mais saudade,aumenta a vontade de tê-lo mais e mais,a cada segundo,sem exceção.Vê-lo no momento,portanto,aumenta a bendita.

Sei bem de onde vem toda essa loucura.Está em mim e em todos que amam,e nem sempre é a coisa mais linda.Na verdade,pode ser uma coisa muito agonizante.Saudade linda é aquela pequenina.A minha quer passar dos limites possíveis.

Entretanto,acho que é do tamanho certo para caber no peito e sufocar,passar dele não passa.Pra onde iria toda a saudade que me pertence se não pra mim mesma?

Ao que parece,discordo da ilustre maioria.Mas estou desesperada demais para discordar da trágica opinião de Chaplin.Penso que um dia eu morro.

Ou mudo de opinião, ou um dia desses eu me estiro por aí.

o_

domingo, 2 de novembro de 2008

Simplório

Ah,queria faze pro cê um daqueles escrito bem grande,encorpado,aquelas coisa de palavra bonita,igualzinho daqueles moço e moça famosa.Aquele tal de Quintana,Drummond,das menina igual Adélia e Cecília.Por falar nas menina,elas são uma gracinha,né?Dexa eu continuá.
Mas como eu ia falano,um escrito bem bonito pro cê pq cê merece dimais.Cê é uma pessoa muito boa,daquelas de coração puro,sabe?Pois então.Gosto dimais do cê e sei que cê gosta demais de eu.Aí eu ia escrevê falano porque que eu gosto,pro cê saber dos meu sentimento.Acho que tenho um cadin de vergonha pra falar,por isso vô escrevê.Mas queria que fosse bem bonito,e eu num sei escrevê bonito.Aqueles brocardo difícil que ninguém intende eu num sei fazer.Então vô tê que falá rasgado mesmo,no preto no branco.E aqui,vô falá bem baxin que tenho vergonha.
Ocê é uma delícia de pessoa,e eu amo ocê.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Buraco

Tem dias que podiam simplesmente passarem...
Despercebidos,eu com meus olhos fechados,que só se abririam no dia seguinte.
E no novo dia de Sol,eu acordaria dizendo: "não passou de um sonho ruim"

Até amanhã...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Primavera arfante

Comecei apreciando o que não conhecia.Apreciava até as tormentas.Entrava em contato aos pouquinhos,e queria cada coisa no seu tempo.Andava calmamente por entre folhas e flores,e como já dito,olhava nuvens e ondas.Sentia o peito tranquilo,sem pressa...imaginando "como nasceram as estrelas".

Nada era enigmático.Tudo acontecia no ciclo natural,seguindo seja quantas forem as estações.Minhas ou não.Suas ou não.Não havia dia que não tivesse sua graça.Mas não me orgulho só da beleza.Não me orgulho só das flores.O orgulho está posto nos meus olhos,e os meus olhinhos brilham de orgulho.Desde você.

Sem invenção de qualquer natureza,o delicado era consequência da estação e dos fatos.Por si só,era tudo um charme,um encanto.Eu bem que sabia que por mais que falassem do seu fim e do seu caráter fugaz,eu o tinha como eterno e essencial.E ainda que fosse eterno,a saudade era constante.

Cada momento que nos aproximava nessa primavera arfante não fazia nada mais do que o próprio nome diz.

Diz que o coração dispara.O cheiro de primavera é estonteante.


“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente.” C.L.

sábado, 18 de outubro de 2008

Ávido

Eu já soube esperar um dia.

Já me sentei num banco pra ver a nuvem destampar o Sol,já contei as ondas que se desmanchavam na areia durante longas horas.Sabia o que era ver o tempo passar no seu tempo,sem pressa.Ter paciência sempre foi uma característica.

Se falar que o tempo passa e as pessoas mudam,não estaria mentindo.Seria até clichê.Mas o fato é que esperar já não é mais urgente.É o contrário.Não consigo pensar no fato de ver passando segundo por segundo.Queria ver saltos de tempo.Queria ver dois minutos em um.

Ainda que não pareça eu desejando a falta do tempo.Meu inconsciente sabe muito mais do que eu imaginava.Ele não quer esperar.Não quer ser paciente.

Só quer saber quando vou ter você de novo.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Vulgar

Ainda que a casa esteja vazia sem os seus cuidados.

O corredor sempre à meia luz acabava na porta do seu quarto.As quatro paredes mentiam sua presença e exalavam seu perfume.As janelas abertas deixavam tudo muito altivo,mas não mudavam meu inquieto semblante.Era algo de ordinário no meio de toda essa beleza abstrata.

A mudez do meu soluço atestava o silêncio.A nudez do absoluto.Aos olhos de muitos seria encanto,aos meus caía feito mistério,e aos seus simplesmente não caía.Não era nada demais.Insignificância de momento passado.

Talvez até mesmo eu não devesse me recordar de cada detalhe,de cada "surrealidade".De cada canto.De cada sentimento.Só não sei se sou capaz a ponto de esquecer,de esquecer como se descreve.

(...)

Há algum tempo,eu me deixava cair no seu abraço...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Silencio.

Sempre sobra saudade,chocolates e paixão.
Sempre sobra silêncio e carinho.

(...)

Eu te amo,bem baixinho.

(...)

Ponto.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Completamente

Bem sabia que chegaria a hora em que as palavras minhas sumiriam como some brisa em vento.No meio de tantas frases e versos não restariam sequer interjeições.Não!Era previsível,mas não se esperou sequer o tempo que dura um tempo bom.Nem um suspiro de tempo.

Mas tudo bem.Meu amor modesto se acostumaria muito bem com o silêncio.Afinal as juras passam a não fazer mais sentido quando realizadas.Esse amor nada fugaz,nas últimas palavras,disse que jura ser ele enquanto durar.Afago.E é.Disse que enquanto meu bem-querer dormir,ele dorme também.E volta quando ele voltar.Volta sempre que quiser.Na verdade,nunca se vai.Sempre aqui.

O silêncio duraria quanto tempo quisesse.Quanto tempo você quisesse,porque o meu raramente se dava,mas também não falava sozinho por aí.À medida que você quis,fez-se o meu.Por mais que falasse,a repetição funcionava como nada.Já não faria tanto efeito.E eu sempre gostei de efeitos.E de tanto perder a noção da hora,creio que os efeitos agora eram silenciosos.Creio que o silêncio seria normal desde então.

Não esperava perdê-lo,apesar dos olhares que nunca se perdem.Não esperava não tê-lo,apesar das mãos que sempre se têm.Não esperava,porque nos acostumamos a um amor calado.Você até que se segurou bem,mas quebrar o silêncio era inevitável.Quebrou não querendo quebrar.Sussurou.De tantas palavras que tinha escrito,você se ateve ao resumo de todas elas,e usou duas.

Nem precisava.Nunca precisaria.Apaixonada.

"O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio..."

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Curta

Um dia frio.Seria.
Vento gelado e costumeiro em pleno belo horizonte.
Devia haver um horizonte atrás do que me prendia.
Eu não percebi nada além da minha frente.
Meus olhos se ocupavam de um calor.
De outros olhos.
Do meu amor.
Do meu calor fora de si.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Resumo

Vi
Desconheci
Encontrei
Reparei
Esperei...

Conversei
Sorri
Duvidei
Reconheci
Encantei!

Contei
Escrevi
Cantei
Abracei
Apaixonei.

Toquei
Conheci
Precisei
Apertei
Declarei

Entreguei.

Pra sempre,ficarei.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Induzindo...

Já ganhei carinhos e risos.
Não pediria,mas adoraria se você quisesse me dar palavras.
Esperaria o tempo que fosse preciso.
Só pra ouvir você dizer o que me dizem seus olhos.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Cor

O vermelho dos costumeiros e desconcertantes elogios eu não quero mais.Estou em um momento de não querer.De não querer você.De tentar me convencer que não quero.De saber que quero e muito.De querer não poder.E posso.

Quero a distância do tamanho de qualquer imenso azul que você possa imaginar.Não por capricho,não por querer.Preciso.Preciso desligar qualquer sentido meu em você,qualquer coisa que me faz sentir o que você sente,qualquer coisa que me faz saber que a nossa incompreensão é o único sentido em nós.

Saber do amor branco que me devota me deixa assustadoramente bem.E é por isso que meu desejo de apagar todas as luzes e deixar tudo intacto é imenso.Deixe que o negro ocupe-se de tudo.Do passado,do presente,e do futuro que não está por vir.Deixe a luz de todos os lugares de onde lhe amei apagada.Negue o fogo que eu o negarei.Deixe o escuro da noite reinar.

Abstraia qualquer um desses lampejos.Até mesmo nenhum.Sobre seu poder tomo a liberdade de ser livre de você em mim,de pedir-lhe para me deixar ser.Você me ensinou a leveza.

Prometo me desvencilhar rápida e delicadamente,sem vestígio.
Pelo pouco tempo que consigo.
Me deixa esquecer o mais bonito dos verdes.
Me deixa fechar seus olhos pra mim.

"Pois tudo o que se sabe do amor é que ele gosta muito de mudar..."


"Perdoa, meu amor, perdoa
Perdoa se me tens amor..."

sábado, 13 de setembro de 2008

Sincero

Não faz assim
Não diga que me ama e que sente muita saudade.
Não diga que sente falta do meu corpo, da minha cor.
Não diga que eu lhe faço falta demais.

Não diga que só minhas mãos não tão delicadas sabem lhe tocar.
Não diga que meu afeto é o único que lhe afeta.
Não diga que tenho poder sobre você.
Não diga que você é minha.
Porque tudo isso aguça e muito a minha vaidade.

Tantas palavras só servem para divulgar. Do meu carinho para o seu. Faz-se saber...

Que eu te amo e sinto muita saudade. Muito mesmo.
Que sinto falta do seu corpo. Dele inteiro, delicado e nu.
Que você me faz falta demais. Sobra em mim.

Que só suas mão sabem me tocar, provocando arrepios com essas unhas vermelhas e afiadas.
Que o seu afeto não só me afeta, como consome completamente.
Que você não tem noção do imenso poder que tem sobre mim. Mais do que tenho.
Consuma-se o fato de que sou inteiramente seu.

Eu sempre lhe achei muito vaidosa.


Artur Peixoto

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Tenha dó

Velhos e conhecidos ditos populares."Faça apenas o que o coração manda"."Siga o seu coração".Conhece aquele jogo de cartas? Pois então.Desconfio.

São ditos que não me descem muito bem. Claro que tem lá a sua hora, seu lugar e sua pessoa.Mas o coração é um trem muito doido,entendeu?Vê lá se eu vou fechar meus olhos e seguir em frente,numa boa,tudo azul...o pobre vermelhinho já é cego,e fica querendo companhia ainda.Egoísta...Já tem vida própria e nos quer inteiramente entregues.

Por falar em vida própria...ô trem que dá problema viu.É só descuidar um pouquinho que ele passa a mandar e desmandar no seu corpo inteiro, começa a bater forte,dispara.Até um suspiro sai sem querer, um sorriso acanhado. Resumindo,o vermelhinho é um perigo.

E descobri que o meu é muito perigoso,muito mesmo.Não,não é aquela mania de achar que tudo que nos é próprio é mais...Mas é a relidade.Um perigo.Se encanta fácil demais,adora ser recíproco,simples.Gosta de bater no ritmo dos de outros.Bate conforme a música.Fica lento,espera...acelera e nunca se apressa.Esconde bem o que realmente sente: se apaixona,adota o romantismo,tudo no mais lindo mistério e leve arrepio.

E é por tudo isso que eu não posso deixar ele tomar o controle de tudo.Não deixo mesmo.Mandar é para os poucos que têm poder.Ele tem,bastante,confesso.Mas nada que incomode essa cabeça pensante aqui.

"Meu coração vagabundo quer guardar o mundo em mim".Bem disse Caetano.
Se deixar, guarda mesmo.
Mas eu passaria a ser digna de poesia.
Romântica.
Será?

domingo, 7 de setembro de 2008

E o que for já é

Eu postaria algo com esse nome,juro.Mas já existe coisa pronta.Perfeitamente condizente.Pra quê gastar,né?Pedro Morais pra vocês.


Basta você querer que eu sou
O que você quiser
Mas só se você me der, amor
E o que for já é

Basta saber que o meu andor
É teu calor em mim
Mas só de você me dar, mulher
Sou teu até o fim

Aconteça o que acontecer
Tudo é o que parece ser
Nada ficará de nossa paisagem
Marte nos fará seguir
Vênus sempre há de existir
Onde tudo começou

Me ame até cair, correr
Se machucar, rolar pelo chão
Te amo até me embriagar
Me sufocar, descer da razão
Faça-me o teu barato
O teu brinquedo, o teu animal
Rasgo teu vestido, juro em teu ouvido
Ser teu perdão...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Mal acostumado

Conhecia cada olhar naquelas manhãs de inverno,cada toque que você imaginava longe de mim.Andava longe de qualquer coisa de nome realidade,qualquer coisa de concreto.Acolhido em algo de nome você.Costume de ter pra mim.Costume da posse.Esse é quem eu sou.Isso é o que você fez de mim.

Apaixonado.Poder de abaixar a guarda de um homem você tem de sobra.Você só não descobriu isso antes porque mistério e simplicidade andam lado a lado.Sabia dos seus prazeres,das suas fraquezas,dos seus gostos.Talvez a leveza esteja em tudo isso.Desarmados.Sinto falta.Muita.E digo com a mesma cara que sempre te admirei.Lavada.Sem vergonha.

Sutilmente os dias passavam e com eles você passou.Poucos se importariam,os dias passam muito rápido atualmente.Eu me importo.Cada dia é um costume.E eu me acostumando com a sobra dessa falta.Procurando por situações que preencham o que fica vago.E substituir?Isso nunca.Esse pedaço todo aqui é seu.

Aterrorizante,e de repente fiquei mal acostumado.

"Healing Over..."

E se não for pedir muito,um dia desses qualquer..."Come over here,lady.."

Artur Peixoto

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Equilíbrio delicado

Poderia criar quantas linhas quisesse para seguir. Criatividade, vontade e livre-arbítrio nunca me faltaram. Ah... linhas tortas, claro. Aquela coisa de seguir reto não é coisa pra mim. Sou um tanto errante. Me inclino ora prum lado, ora pro outro, e sempre dentro do que sempre fui. E sou. Acho que sou. É, enfim, não sei. Dentro de mim, portanto.

O fato é que meu caminho me leva para tantas ocasiões que eu poderia me perder em alguma curva por aí. Mas descobri que meus abismos são todos bem cuidados, tampados, protegidos. Tem sempre um caminho cruzando o meu que me desvia desses abismos e me coloca numa deliciosa encruzilhada. E lá vou eu seguindo o meu caminho. Eu e meu forte equilíbrio, meu equilíbrio forte e eu.

Forte... palavra bonita pra se ter no caminho. Eu no meu olhava muito para os lados, mas não percebia que tinha uma outra linha tão próxima, tão parecida, tão presente, e nunca notada. Nunca até agora. Uma linha engraçada. Parecia que era reflexo da minha, ou vice-versa. Parecia que tinha um espelho entre nossas linhas. Olhava-se para trás e notava-se a semelhança em cada passo, em cada fase. Tinha um rabisco ali na direita, uma falha nos poucos buracos...estranho, intrigante. Uma delícia de mistério.

E foi só erguer a cabeça e me dar de frente com a dona da linha.

Meu equilíbrio forte achou conforto em um tão forte quanto. Foi rindo, rindo, rindo... fraco não ficou.

Ficou delicado. Se apaixonou.

Encontro de raros.

*Nina,do lado meio esquerdo do peito.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Pessoal

Discernimento não lhe faltava. Pensar havia se tornado um hobby, uma preocupação, um aborrecimento e uma necessidade. Pensar era tudo quando não devia ser nada. Gastou.


As noites caíam como dia naqueles olhos que não se fechavam. Lua e Sol não faziam diferença, e pareciam metades de um todo sem sentido. Ela se alegrava, se fechava, se irritava. A cama poderia ser algo que não o palco de sua solidão. Era só uma questão de preferência, mas parece que ela não se importava com outros anseios. Estagnou.


Quando o corpo anunciava os efeitos de sua incessante ação, percebeu que havia possibilidades para tudo cogitado. Soluções vindas de todos os possíveis cantos de sua existência – cabeça e coração obviamente opostos – poderiam ocupá-la por tantas outras noites quanto quisesse. Parou.


Queria mais folia no seu quarto. E só. Adormeceu.

sábado, 30 de agosto de 2008

Devagar com o andor

Com passos pequenos e receosos ela não chegaria ao que queria.Andava como se estivesse tudo muito escuro,sem saber onde pisar,sem saber o que pensar.Á meia luz,os rostos todos virados na sua direção a puniam como se tivesse cometido um crime.Sua feição não se escondia,e o sentimento estampado na face refletia também o estampado do seu vestido.Ela nunca foi de se esconder.Ela nunca colocaria um chapéu.

Num ritmo melodioso e sereno,caminhava esquinas e ruas dentro de si.Mal gosto não sentia,mas faltava algo de batida.A melodia se demorou a começar,mas mantinha-se constante,sem avessos ou linhas tortas.Não que isso fosse um problema à constância dela.Incomodava,porém.O limite não tinha pra onde ir.

Depois de um longo suspiro,resolveu pisar além.Viu ao longe um campanário.Os sinos sempre a alegrara bastante,e a pressa de ouvi-los fez a pressa dos seus passos.

Ela encontrou uma calma e um brilho no seu próprio reflexo.Se via poucos anos mais jovem naquele espelho d´água que se fazia na música.Com os olhos de criança,sabia que era mais do que enxergava.E via uma esperança naquela imagem moça.

Antes fosse só a euforia.A pressa a deixava um pouco transtornada por tudo que aquela imagem a fazia sentir.E os pés que já não se aguentavam mais,clamavam por calma...

Calma...imagem e objeto não queriam calma.A famosa e boa mocidade tem sede de viver.

Mas,devagar com o andor,que o santo é de barro.

domingo, 24 de agosto de 2008

O quase esquerdo do peito

Tem horas que bate pianinho
Calado,quieto no cantinho
Tem horas de alarde,alarido
Se vê ao longe o bem querido.

Quando acelera as borboletas
Se agitam,voam,se enobrecem
E esquece quando se deita
Do que elas nunca se esquecem.

Ele eu nunca hei de entender
Se não deixar transparecer
O que lhe tanto surte efeito.

Nunca andei em um de outro ser
Mas conheço todo o saber
Do meu quase esquerdo do peito.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Amuleto

Em plena noite alta, ouvia-se o silêncio soando como ritmo da brisa, que tocava delicadamente o rosto dela. Uma lúcida postura,uma lúdica doçura se esbanjava nos seus olhos,um riso sem medo estampado na face.Um estúpido misticismo tentava assolar aquele sereno semblante,aquela vaidade nua,mas ela permanecia intacta,seduzida.

As pernas soltas no ar balançavam ao tempo da quebra das ondas.Tudo no mais arfante compasso.Um arranjo de fatos que tornava único o momento.Mais uma vez ela se encontrava absorvida pelo seu envolvente arabesco de ser sensível.De ser mulher.De ser ela.

A conivência se lhe apresentava como ordem natural dos atos.Ela era cúmplice de sua cumplicidade.A previsível quebra de silêncio por fim se dera.

Um suspiro ao encontrar a estrela que um dia há de ser dele trouxe à tona o alarido de suas borboletas.Ela poderia sentir tudo com elas,e seus pés fora do chão.

Mas ela sentia apenas saudade.

=o)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Inquieta

Com veemência movimentava meus gestos Eloquentemente sem nenhum suspiro precisava que você entendesse o que minhas mãos desenhavam E tentava fazê-lo entender com todas as abstrações possíves Eu lhe fazia atos em cena lhe fazia arte cênica nunca lhe fiz arte Pra não ter que lhe escrever Nada nada funcionava Meus braços dissolviam-se como se fossem o avesso do avesso do avesso do gesto e de todos esses simplórios insípidos incolores fatos você só quer o silêncio e que te deixe Em paz nunca estive Mas já não faço o menor sentido e quando eu lhe encontrar faremos nós Nós em Nós não faremos algum sentido de sermos tão jovens Desvairados loucos reconhecíveis pela falta de tempo que nos assola ainda Falta falta Falta experiência de ser ser Prepotentes Desesperados.Inquietos.

sábado, 16 de agosto de 2008

Canseira

Mal saberia eu que você saberia que tudo seria pra você.
Eu não sabia que você sabia que havia alguma coisa.
Você sabia que eu não sabia.

Você falava das minhas falas,sem falar das minhas palavras.
Você sentia que eu sentia o que você queria que eu sentisse.
Você adorava me ver adorando o que você adoraria fazer.

Soube.Falei.Senti.Adorei.

Vencida pelo cansaço.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A Falta e o Grito

"Um dia descobri: nem tudo é o que parece, que há aquelas que realmente merecem
O beijo de uma alma que não padece, que grita que ama e nunca esquece
Grito que perde o chão, mas não a postura, lamenta pela Falta
Medo meu que dorme à noite e acorda nesses versos gritando em voz alta


Por acaso não sei o sentido da vida, hei de descobrir um dia
Não é mais fácil nem mais difícil pra você, Falta, ou pra mim, Grito
O Grito grita pela Falta, mas nem a flauta pode ajudar
A dor de uma parte que foi e outra que ficou, o tempo espera passar


Me contradigo, espero, um Grito só, só pra você voltar
Vá com o vento às suas costas, mas volte pra me contar
Que o Sol brilhe em sua face, metade de minha metade
E mais um dia que se abre fica em uma frase: saudade"

Que Deus lhe conserve,branquinha.kkkkkkk
Se cuida.Amo você.Mesmo

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Paixão F.C.

Equipe composta por substantivos ordinários,singelos.

Irracionalidade.
Impulsos,instintos,volúpias,ardor.
Alucinação,entusiasmo.
Desejo,gosto,predileção.
Borboletas.

A Lua ainda não é cheia.
A noite mal começou.


"Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além da beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão...

É melhor ser alegre que ser triste."

terça-feira, 12 de agosto de 2008

(...)

Ainda é cedo amor...
Minha voluptuosidade não se apresenta carente à sua frente e você se apresenta a mim com uma voracidade quase instintiva. Seus olhos fremem ao encontrar os meus, descrevendo sua agradável comoção. Dois e muitos outros toques vivazes e as minhas mãos presas.

Ainda é cedo amor...
Não declamei os versos mais bonitos, não lhe disse verdades brincando com minhas mentiras, não lhe fiz os refrões mais expressivos, ainda não lhe cantei. Minha voz sempre sutil aos seus ouvidos não alcançou o primor que você merece.

Ainda é cedo amor...
O cenário se repete esperando que a rotina mude, e as paredes mudas anseiam em proclamar seus suspiros, sua respiração, seu silêncio cansado. Os espelhos não apresentaram você na sua forma mais bela. O íntimo gosto ainda é desgosto.

Ainda é cedo amor...
Pra você ficar.
Pra você partir.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Delicado

O seu arrepio já havia sentido.Já havia causado.Meu desvelo sempre sem aviso lhe deixa à flor da pele,eu sei.Mas não,não quero lhe falar do que parte de mim.Quero simplesmente escrever-lhe toda inteira pra mostrar que não confio em metades.Há você inteiro.

Se é sina ou se ensina a ser?Não acredito em fins,ando preocupada com o que é agora e o que há de ser esse caminho.Esses seus passos desequilibrados numa música que não o acompanha.Não quero ensiná-lo a dançar.Quero o prazer de todas as tentativas de ter seus pés sobre os meus,de estar junto,olhos e bocas à frente.Eu prometo que aguento.Seu peso,é claro.O resto é consequência intrínseca dos meus atos pré-definidos e ainda ocultos.E você bem sabe quais são.

Notava há muito que lhe ter assim é simplesmente confortável,lindo,direto.Delicado.Os momentos se repetem com um andar desavisado,os meus e os seus passos diferentes e desconexos.Sempre.

Não quero entender,nem descobrir toda essa graça dos nossos corpos.
Mas é intrigante nossa secreta harmonia.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Galpão

Se não fosse a respiração ofegante dela,as notas da queda de alfinete soariam como nunca.

Apreensiva,tinha as mãos molhadas e frias e delicadas.Havia um outro alguém que se aproximava.Os passos o condenavam e a deixava mais aflita.Com os olhos vendados,os demais sentidos aguçavam-se e ela cada vez mais sensível.

Contido o choro de risos,seu silêncio se tornava consideravelmente atraente e ele chegava cada vez mais perto.Quando por fim os passos cessaram,a mão dele a tocava e sentia um coração não disparado,calmo,entregue.Ele chegara perto demais.

Ela saberia o que fazer.Seus braços o rodearam, ele sentia as unhas que apertavam seu pescoço e prendia o grito em prol do prazeroso silêncio.Ela se virava de frente,soltando o pescoço e se ocupando do peito.Queria ouvir o coração dele.O dele sim estava disparado,entusiasmado,insensato como deve ser.

Havia um medo no ar: não se sabia de qual das partes vinha,eles estavam seguros demais.Talvez um receio do momento,do futuro que era presente,do"acontecer".Tinham o mesmo tamanho,teriam os mesmos efeitos,teriam o mesmo gosto ou a falta dele.Ficaria ali algo marcado textualmente nele,sentimentalmente nela.

A mão dela sempre estaria fria.E ele,incontrolado.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Feliz Aniversário

Meu amor aniversaria hoje.
Parabéns pro meu amor.
Tudo de bom pro meu amor.
Muito de tudo e pouco de nada pro meu amor.
Eu não sabia o que lhe dar,mas juro que pensei em me colocar um laço e ir até lá!

=o)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Quimera

Você é no mínimo atrevida.
Você é no mínimo petulante.
Você é no mínimo descarada.
Você é o mínimo.
Você é.
Só você.

Pra vir com essa conversa de regresso.
Não pode.
Não deve.
Tem coisa que não se volta atrás.Tem coisa que só tem uma mão.
Tem coisa...
aí tem coisa...
Não faz isso comigo.Não faz.

É...

Volta?!

sábado, 2 de agosto de 2008

Observação de um final

Já era tarde.

O dia já tinha se deitado há horas,mas eu permanecia intacta à frente da tela.
Já não havia mais esperança de encontrar algo que me prendesse por mais alguns minutos.Tudo já tinha sido feito,lido e escrito.De todos os possíveis sons,não havia mais nenhum que não fora provado hoje.Tédio.A cama se tornava chamativa demais.

Recorri àquilo que me prende:humor.Ria de vídeos e mais vídeos idiotas.Quando vi um favorito salvo há algum tempo que não havia escutado.Era só uma lembrança para vê-lo em algum dia qualquer.Coloquei.

Era uma garota de aparência novinha,um rosto delicado,diz que mora em algum pedaço do Brasil.Não a conheço.Enquanto esperava carregar,escutava a banda que tocava Tom Jobim no prédio ao lado.Muito agradável por sinal.De repente o vídeo começou a rolar.

Parei tudo,atônita.Uma voz grave que soava muito bem a meus ouvidos.Não passou 30 segundos e a voz se tornou doce e aguda.Estava completamente atordoada com essa pessoa.A primeira coisa que me veio à cabeça foi uma das minhas frases características:Deus conserva!

Sentia borboletas no estômago como um gringo ao escutar Tom e Vinicius pela primeira vez.Me senti perfeitamente bem como não me sentia há muito tempo.Meu mundo ficou olhando aquela menina durante lindos e longos 4 minutos.Meu mundo foi a voz de uma desconhecida.Ela era linda também,mas isso não vem ao caso.A beleza da voz superava qualquer outra coisa.Apaixonante.E a propósito,a descrição não reverencia tudo como é.Essa moça não deve se sujeitar a limitações.

Enfim,era só uma observação de quem acaba o dia com o coração batendo forte,com os arrepios à pele,com a respiração ainda presa pela emoção.Vontade de gritar,sabe?

Porque eu sempre soube que a paixão de um músico é a música do outro =)



(para quem quiser mais detalhes da moça,atende pelo nome de Tassinha.Deixo aqui o link para quem quiser escutar tudo que disse. http://br.youtube.com/watch?v=_ggENmGZzMw e http://br.youtube.com/watch?v=XdAOPEjivUM )

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Arranjo desarranjado

Um apelo vago,um mudo soluço,uma audácia contida.
Um artifício mal sucedido,uma fala falida.
Uma prece esquecida.

De um ordinário e solitário, o artefato saía como se nunca tivesse sido esquecido.Mas ela esqueceu que não podia ser artefato seus atos.Ela se esqueceu de vir,ignorou as borboletas e não quer dar as caras tão cedo.Nunca timida,há algo que a impede e que eu não sei o que é.

É um mistério.E já não a vejo há um longo tempo.Caminhos inteiros já se fizeram e passaram sem que ela desse sequer um "oi",sem que deixasse algum vestígio.Não que tenha algo fora do lugar,mas parece que anda tudo muito desarrumado.Estou começando a aceitar que estou desconcertada com sua falta.

Por onde será que anda a minha paixão?

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Diz que é ela

Ela é assim...
assimmmmm...tendeu?
Ela fala,ama,escreve,chora.É mulher demais,sabe moço?Mulher dessas de tirá o chapéu!De pará os carro.
Ela é um charme,ela é um doce,ela é um riso,dois,três.Ela é toda sorriso.Um riso gostoso que só vendo.E ouvindo.
Ela é um encaaaaaanto de pessoa.
Quem é ela?Diz que é ela,moço.Ela sabe que é ela.
E eu?
Eu,encantada...

domingo, 27 de julho de 2008

É

Reparei que você repara.

Descobri que você descobriu o que não era pra ser descoberto.

Encontrei seu olhar no desencontro dos nossos corpos,no encontro dos nossos olhos fechados.

Senti que você sentiu um arrepio,e arrepiei com seu sentido.

Voltei de onde vinha,via sua volta como uma revolta.

Acordei com seu toque que tocava meu afeto recordado.

Separei o que nos separava e os separados corpos se repararam.

E assim são nossos dias.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

As duas


Aos meus olhos,três dedos as separavam.Era início de noite e só elas ocupavam o imenso negro azul.Era também um início da completude.

Elas brilhavam juntas como se nunca tivessem brilhado antes.Talvez elas sonhassem em um dia se tocarem,mas era um pouco inesperado.

Eu simplesmente estava obcecada com elas.Meus olhos as procuravam,não importava o movimento que me ocorria.Ás vezes sem graça de tanta obsessão,desviava o olhar pra outros seres brilhantes.Via o sorriso do menino pra menina,via o riso aberto de um palhaço no meio do jogo de luzes.Via a roda gigante.E as via novamente,sem querer querendo.

Uma branquinha,a outra amarela.Uma pequenina,a outra enorme.

Conforme as horas passavam,e os meus passos andavam,tornavam-se mais parecidas.E quando menos esperava,um desnível.Exatamente aquela que tinha brilho
próprio acabou por sumir em meio a tantas luzes que a ofuscava.Procurava-a sem sucesso.Não percebia o mais simples.

A estrela pequenina e branquinha havia tocado a Lua grande e amarela.Subiram pro lugar mais alto.Mais bonito.Eu adoro rodas-gigantes.E agora era apenas a Lua branquinha.

domingo, 13 de julho de 2008

Mistério.

Palavras supérfluas.Gestos contidos.Afeto oculto.

Um olhar pode dizer muito mais do que aparenta.Pode não ser nada.
Um sorriso pode ser tudo,principalmente o desprezo.
O toque pode ser frio.E ter desejo.
A fala pode ser até desprezível.Aqui será.

Fazer é tudo.

Alaridos não são bem vindos.

No máximo,um "Vem!"

sábado, 12 de julho de 2008

Descontrole

Loucura.
Devaneio.
Anseio.
Ternura.
Desejo.
Lampejo.
Fraqueza.
Destreza.
Miragem.
Oculta.
Selvagem.
Culpa.
Metade.
Orgulho.
Maldade.
Julho.
Acordada subitamente por um sentimento latente,por lembranças esquecidas,por tristes alegrias.Em pleno 7,logo eu,tão segura e certa de mim,frente a frente com a incerteza do meu sentir,com a incerteza da minha certeza.Logo eu,tão passível de erros.


A gentileza querendo se esconder no armário,o juízo querendo sair dele;a produtividade com sono e um desânimo enérgico.Me encontro,me perco.Já nem sei o que dizer...


Saudade.Amor.Minhas.Meus.Tristeza.Descontrole.


É quase inadmissível.Mas se existe um eixo em cada um,estou fora do meu.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Talvez...

Peço licença pra meus queridos leitores,mas postarei um texto antigo,diferente do que costumo fazer,mas eu estava muito afim de notar as diferenças que ocorreram de um ano pra cá.

...

Talvez haja fortes e fracos, pobres fortificados
Talvez não
Talvez um dia o dia adie a lua da meia-noite
Talvez não
Talvez perceba os que passam despercebidos
Talvez não
Talvez a vida valha a pena ser vivida, e não passada
Talvez não
Talvez o real seja a mentira e minto sobre a realidade
Talvez não
Talvez deva esperar por um conto de fadas no qual fadas não contam
Talvez não
Talvez haja desespero dentre os espelhos, e espero os desesperados
Talvez não
Talvez a implicância implique em gostar, ou mesmo só em implicar
Talvez não
Talvez nós compliquemos situações simples, pouco complicadas
Talvez não
Talvez me orgulhe de não te deixar e deixo meu orgulho de lado
Talvez não
Talvez fique quieta sem mexer em nada, mas mexa com você
Talvez não
Talvez tudo corra bem e eu volte a correr pra sua direção
Talvez não
Talvez a liberdade lhe traia e a traição lhe faça livre
Talvez não
Talvez a culpa dos culpados ocupe o seu lado
Talvez não
Talvez sua coragem encoraje meu instinto
Talvez não
Talvez me acostume com seus costumes
Talvez não
Talvez faça sentido o que aqui foi escrito
Talvez não
Talvez ainda te ame
Talvez.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Indiferente

  • Era um dia de inverno como outro qualquer.

  • Seus pés estavam gelados,suas mãos aquecidas.Seus lábios quentes tremiam na falta de palavra e de atitude.Ele estava só.Escornado num canto qualquer da casa,sua imagem depreciava-se no espelho à sua frente,refletindo muito mais que sua imagem.Ele era a reflexão da desilusão,do desgosto,da agonia da solidão.Havia simplesmente tudo a se fazer por ele.Porque eu não faria nada.

  • Estávamos juntos,finalmente,depois de longos anos sem nos ver.Queríamos e precisávamos nos ver.Nos ter.Imaginando uma descrição fiel aos fatos,digo que a discussão seria a última coisa que aconteceria dentre as indesejadas.Feito foto,ele não se movia.Me olhava firmemente com seus belos olhos azuis.Trazia consigo a roupa do corpo apenas.Respirou,moveu-se e aproximou-se.Pude sentir o calor de sempre.A centímetros da minha face,sua boca vermelha de sangue,completamente desenhada.Pude sentí-la ardendo quando ela tocou meu rosto após hesitar tocar a minha.Suspirou algumas palavras,susurrou outros suspiros.Aquele silêncio inteiramente compreensível sempre foi uma marca de nós dois.Um afeto solto no ar suspirava sussurrando versos,ás vezes palavras.Os olhares repudiados desejavam-se.Entre telefonemas e fotografias,as últimas eram preferidas.Poucos dizeres atrás do retrato só pra situar.Palavras nunca foram fortes.

  • Incrivelmente ele começou a falar.Explicava a ausência inesperada por tantos anos.Explicava a mudança para esse hábito um tanto quanto frenético.Explicava-se e só fazia isso.Algo não estava muito coerente.Não havia pedido por isso,nunca pedi explicações,e me vinha ele com tantas frases.Eu não me acostumei com frases pesadas e períodos grandes,sem sequer uma respiração,uma vírgula,um ponto final.Aliás,essa palavra - final - foi mencionada frequentemente.Havia sim algo oculto.

  • Ele não disse com palavras concretas,mas a disposição do seu corpo já não era pro meu.Ele queria algo volúvel,desinteressado talvez,abstrato.Não me encaixei em nenhum dos novos pré-requisitos.Talvez devesse virar as costas e simplesmente partir,como se ele não tivesse aparecido.Mas como se não bastasse a rejeição,ele aludiu a um nome familiar,e na mesma hora percebi todo o platonismo que o tomou.Ele mal sabia que ela tinha um segredo,que ela tinha um segredo que só eu guardo.Que só eu guardarei sempre.Que era meu,que era meu.Ele deixava uma exclamação por uma dúvida,ao que tudo indicava.Era sem dúvida o ponto final.

  • Parti com o pôr-do-sol...andei um pouco pelas ruas vazias de um bairro residencial,em pleno sábado a noite.Era quase meia-noite quando cheguei em casa.E subitamente caiu uma única lágrima do meu rosto.E que certamente sabia que não era por ele,e sim por ela.Era uma lágrima de consolo.Adormeci até um silvo me despertar.Já que não houveram fotografias,o telefonema era de se esperar.Ele disse pouco,como de costume antigo,e se arrependera.O platonismo tinha sido derrubado após uma longa conversa com ela.Ela era racional demais para o romantismo dele...Ela era romântica demais pro meu gosto.Escutei-o com paciência.Era tarde demais para ser cedo novamente.

  • Mas era um dia de inverno como outro qualquer.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Felicidade

De todas as flores que podem ser entregues,de todos os chocolates que podem ser degustados,de todos os ursinhos que podem ser apertados...simbólicos objetos,lindos,motivos de apreciação.

Porém,no dia em que a felicidade pessoal se intensifica por mais um ano completo,por mais sonhos realizados,o melhor presente que eu poderia ganhar me foi dado ao nascer e ao longo de toda essa minha mocidade:aqueles que me amaram desde o primeiro inspiro,que me criaram,que me educaram,que me viram crescer.Aqueles que crescem comigo,que me apóiam,que me iludem e que sonham comigo.Os meus personagens,as minhas criações.A minha vontade de viver,de fazer e ver acontecer,de saber explorar meu dom.

De amar,de aprender,de ensinar.De ser.Humano.

"Um pouco de tudo, um muito de vida e vontade, uma coragem para mudar o que for preciso" - Votos de uma amiga.

"Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior!"

OBS:E em vez de pedidos que não podem ser revelados,faço promessas para serem cobradas: eu quero e vou investir mais naquilo que eu quero pra vida toda.

domingo, 6 de julho de 2008

Cheiro

Não se cansar de sentir,e querer sentir cada vez mais.Entorpecer-se,esvaecer-se,enlouquecer-se.Lembrar-se...Lembrar-se de um tempo juntos.
O cheiro do vidro de perfume que ela deixou,o cheiro no travesseiro que ele deitou.
O cheiro dele.O cheiro dela.
A surpresa pela manhã ao pé do ouvido,o rastro no corredor de quem sai ao seu encontro...
Tudo uma vontade de não querer que a falta sobre.
Quando sobra,o o coração dispara.
O meu anda constantemente apressado...

"No rastro do seu caminhar
No ar onde você passar
O seu perfume inebriante pendura o instante
A rua inteira a levitar
Me abraça e me faz calor
Segredos de liquidificador
Um ser humano é o meu amor
De músculos, de carne e osso,pele e cor"

quinta-feira, 3 de julho de 2008

A urgência de não se esperar

Se puderes andar sem olhar pra trás,aprecio.Se não puderes,apenas não pares de andar.Se preferes,andes de costas,mas em frente.
Se me olhas com gosto de saudade,se me sentes com a presença da falta.Não me esperes.Não esperes que eu te espere.Não te espero.
Esse tempo não é seu.Esse tempo não é meu.Nosso tempo já se foi.Não digo nunca:é tempo demais.Creio no meu agora e no que quero que seja o que está por vir.Não te vi.
Não posso esperar.Não quero.Não posso te esperar.Talvez um dia queira...talvez sempre quis.
Olhes para aquela cama na qual me esperavas.Faças o que quiseres dela,só não me esperes mais.
Sinto urgência em não esperar.Não me queiras.Não queiras que eu te queira.Meus passos se vão apressados.
Já passa das 19h.
Aonde está o meu chapéu?
Todos os dias:me ame
"I thought we'd be simple together...
I thought we'd be sexy together..."

terça-feira, 1 de julho de 2008

Manual de bonecas

Quer,não quer.Gosta,não gosta.Quer você desse jeito,e um segundo depois,reclama.
Não dá pra entender.O bordão "Mulheres são muito complicadas" é realmente aplicável.

Eu,como uma delas,digo que é em parte.Somos apenas complicadas...
Temos um olhar extenso sobre as coisas contraposto ao olhar simplista masculino.Uma sensibilidade tão aflorada que bate de frente com a racionalidade deles.Como querem falar que somos complicadas demais sendo que eles são simples demais????Não pode...não deve...não deixarei!! "Vocês homens são simples demais" Eis o MEU bordão.

No máximo,aceito um acordo.Se vocês nos verem com um olhar mais atento,as crises diminuirão!Se não quiser também,problema seu.Não mudarei também.Ham!

Mulheres.Centenas de páginas de guia.
De instrução?NUNCA!
Podem ajudar você a trilhar um caminho menos complexo,mas instruir o que é certo,difícil.
Mulher é muito relativa!Eu sou.

"Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes, não me julgues,não me tentes
O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto, eu não sou assim
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava a teu lado então
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser" 1ºde Julho(Letra de Renato Russo)

Vai entender...rsrs

Obs. Contribuição de várias

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Bilhete

Meu caro,faça o favor
de me chamar aqui esse senhor.
Diga-lhe que o espero
com paciência e muito esmero.
Traga-me agora dois cafés e chocolate
mas guarde a vodka para mais tarde.
Se não lhe for incômodo,peça-o para trazer
Florbela,Vinícius,ou de Almodóvar,Volver.
Desejo que ele não se demore muito,
tenho outros planos pr´esses corpos fortuitos.
Acredito que ainda outros votos não têm.
O café começou a esfriar,eu também.

"E eu te farei as vontades,direi meias verdades sempre à meia luz.E te farei vaidoso,supor que és o maior e que me possuis..."
Folhetim - Chico Buarque

terça-feira, 24 de junho de 2008

Clarice concorda...

A respeito do meu último texto,descobri mais adeptos á minha vontade do que eu supunha existir.E digo mais...descobri uma ilustre adepta.

Nada melhor que passar a palavra a ela,Clarice Lispector.

"A moralidade.Seria simplório pensar que o problema da moral em relação a outros consiste em agir como se deveria agir,e o problema moral consigo mesmo é conseguir sentir o que se deveria sentir?Sou moral á medida que faço o que devo,e sinto como deveria?De repente a questão moral me parecia não apenas esmagadora,como extremamente MESQUINHA [...] A liberdade é um segredo."

Trecho retirado do livro A Paixão Segundo G.H.


*Dando lugar á hipocrisia,já que ninguém é perfeito,deixo aqui meus sinceros votos de felicidade a uma amiga que aniversaria hoje.Em condições naturais de ser Flávia,faria muito mais que uma simples menção,mas me encontro com minha liberdade um pouco desacreditada e restringida no momento.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sociedade do Afeto Proibido

Proibir: impedir que se faça
Afeto: afeição,carinho,simpatia
Sociedade: estado dos homens que vivem sob leis comuns
Atinando por uma racionalidade completamente linguística e minimamente silogística, apresento-lhes: bem vindos ao estado dos homens que vivem sob a lei comum do estorvo á afeição.
Confesso que há muito vem me importunando este deplorável estado ao qual chegamos.A exaltação do ridículo,do apático,do indiferente é adotada pela grande maioria dos convencionais como ideologia dominante.Alcançamos o auge do individualismo, do "cada um por si", do egoísmo.
Onde todos querem,e nada podem, o possível se torna prêmio.Se é possível ter e ser,que o outro não seja,ou que ao máximo seja pela metade.Sejamos todos pela metade em prol da sociedade.Tudo o que querem de nós é a submissão a esse modelo.
Pergunto-lhes enfim...O que querem fazer do seu afeto frente a toda essa censura?
Elogios já não mais cabem,enaltecimentos sinceros muito menos.Faltam olhares,tremores,miragens,pudores.Falta praticamente tudo que exalte uma sensibilidade qualquer,uma demonstração amigável.Sobra muita falta.
Impulsionados por um estúpido convencionalismo,a malícia é posta em qualquer inocência.Pureza?Não existe mais.Amizade?Duvidoooooso...
Tenho pena.Pena dos que se vestem dessa ideologia,aderindo aos muitos sem crítica alguma,sem um fundamento pessoal.A profecia pelo vulgar,pelo estipulado.A cabeça baixa.
Tenho pena de nós,amantes,românticos,poetas,músicos e escritores.Pena por sermos julgados e postos em dúvida.Por ir contra a corrente estereotipada e pagar por isso.Por gostar,por amar,por sentir,por demonstrar.Por fazer valer cada segundo de afeto.
Censurado e proibido afeto.Dê-me cá a sua mão.Prometo,com todas as letras,não soltá-la,não achar que é um mero interesse seu.Prometo acreditar que você ainda é a solução e que podemos formar sua sociedade.A sociedade do afeto proibido,que defende e protege os afetos que atualmente são impedidos de se manifestarem.
Bem vindo "Eu te amo", bem vindo "Minha linda", bem vindo "Que saudade".
Sinto muito por aqueles que querem se enquadrar no molde dos que proíbem,mas a minha ânsia de procura sem encontrar me levou a um estágio revolucionário que grita por mudanças,que muda ao menos o mundo em mim.Descobri finalmente que as verdades são acrobatas.
Eu amo muitos e sem reservas,e não deixarei de fazê-lo.Vivo a vida na qual existo.Minha mocidade é um dos meus maiores valores.E o meu afeto é o maior valor de minha mocidade:ESPLÊNDIDO,VIBRANTE,AUDACIOSO E ARDENTE.
*Pra não dizer que foi um escrito impulsivo,abro mão do meu gosto musical e poético pra defender racionalmente a minha posição.
CF/88 Art.5,IV
"Todos são iguais perante à lei,sem distinção de qualquer natureza,garantindo-se[...] a inviolabilidade do direito à vida,à LIBERDADE,à igualdade[...]
IV - É livre a MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO[...] "

domingo, 22 de junho de 2008

Se piorar,estraga mais...

O dia anterior tinha sido péssimo.Fui dormir aborrecida com o mundo.Nenhum vestígio de felicidade,sequer um "estado de felicidade" fugaz.Pra "melhorar a situação",acordei de mal humor.Tinha uma rotineira atividade a tarde,um estudo rápido pela manhã e só.Meu domingo estaria livre pra eu ler meus livros,minhas poesias...meu jeito introspectivo de me acalmar.Pra variar,não deu.Surge um bendito imprevisto que não me deixa disfrutar de Clarice Lispector.
.
.
.
Pra continuar meu "lindo dia de céu azul e Sol tímido de inverno",fisicamente debilitada fiquei.Em casa,a Azurra me perde pra uma Espanha melhor,e no meu extravaso de inconformismo machuco meu pulso.Que beleza...o pulso,o joelho,a cabeça...até o final do dia meu corpo cai.
...
Começo a ler o bendito texto pra prova de amanhã e fico mais inconformada com o nível ao qual o ser humano chegou.

Pra completar,uma discussão infantil.Dessas infantis mesmo,incluindo insegurança,falta de respeito,desconfiança!Daquelas que acaba com você,acaba com seu dia,e no dia seguinte faz você ter a convicção que ainda tem muito pra vir.Enfim,uma coisa previsível...Eita sociedade esteriotipada,viciada em convencionalismos.Bem vinda á sociedade do afeto proibido.

Nada melhor que um dia após o outro...vamos dormir porque se piorar,estraga mais.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Vem cá

Olha,minha linda...
Sei que ás vezes não pode vir.
Sei que ás vezes eu não posso te ver.
Sei que o tempo não anda,nem corre,nem voa quando estou com você.O tempo simplesmente se transporta e já se finda.
Sei que cada palavra pronunciada,cada gesto exteriorizado...nada disso mostra um pouco do que sinto.
Por isso que a todo momento peço:

vem cá menina,me dá a mão...
vem cá que vou te levar pra ver o céu...
vem cá pra eu te dar sua estrela...

Vem cá que eu te amo demais =o) Menina dos olhos meus...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Ela...

Já não tenho juízo. O pouco que me restava ela me tomou. E o fez bem, bem descaradamente e louca, impulsivamente e a sua voz rouca.

Por entre os risos sentia um calor súbito: ela me fincava com suas unhas vermelhas se prendendo ao meu rosto e dizendo “eu te amo”. Deslizava os delicados dedos pela minha barba mal-feita,pela minha boca e se acabava em meu pescoço. Do meu silêncio e apreensão voltavam os risos após esse suntuoso afeto. Era magnífico ver aqueles olhos sérios e envolventes expressando todo aquele sentimento que a consumia, e que por fim acabou me consumindo também. Era tudo uma única vontade. Aquele cabelo molhado caía no rosto invocando uma das melhores sensações que um homem pode ter: ela é maravilhosa. Todas as idéias e volúpias declaradas, inteligência e ternura exteriorizadas.
Louco e apaixonado estou por alguém que de tanto sentido, não faz sentido algum. Linda, louca e despenteada.
Ela.

Artur Peixoto

domingo, 15 de junho de 2008

Vai...

Já vai ela...
Tirar das suas,as minhas mãos,
tirar do corpo o meu amuleto,
tirar os vestígios do papel.

Já vai ela...
Com a cabeça pensando em paixões,
com o sentimento nunca obsoleto,
com pavor e sem chapéu.

Já vai ela...
Vai...
Foi...
Foi porque tinha razão.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Receio

Para o lado mais escuro da rua corriam folhas de jornais.

Para o lado mais escuro da rua corriam folhas.

Para o lado mais escuro da rua corriam.

Para o lado mais escuro da rua.

Para o lado mais escuro.

Para o lado.

Pára!



O medo é um sentimento que restringe muito o ser humano.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A sua voz

Certas coisas,de tão certas,não precisariam ser ditas.

Quando tudo que tenho é sua carta escrita à mão,difícil aceitar que nada disso é sobre "geografia ou estado de felicidade".Difícil ver votos de cuidado no lugar das loucuras.No lugar do domínio completo de ter você.Ou pelo menos de achar que tenho.

Iludir-me.Tenho feito muito isso com minha indecisão.Eu não quero parar.Eu não quero desistir.De sonhar em ter você,de sonhar em ver você,de sonhar você comigo.

Preciso de qualquer coisa com seu nome.Me desespero com a certeza de achar.De achar que você quer também qualquer coisa com meu nome.

Que o pouso do meu medo se faça nos seus braços.Até não ser medo mais.


Seu mistério contido é seu charme e meu acalento

Carol de Albuquerque

01/04/06

terça-feira, 3 de junho de 2008

Hãm?

Eu gosto.
Eu quero.
Desgosto.
Desepero.
Aflição.
Tesão.
Anseio.
Devaneio.

Ando não sabendo onde pisar.Ando meio sem rumo atualmente.


"No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar...
Acalma a bola, rola a bola, trata a bola
Limpa a bola que é preciso faturar
E esse jogo tá um osso
É um angu que tem caroço
É preciso desembolar
E se por baixo não tá dando
É melhor tentar por cima
Oi com a cabeça dá
Você me diz que esse goleiro é titular da seleção
Só vou saber mas é quando eu chutar"
Geraldinos e Arquibaldos

domingo, 1 de junho de 2008

Semelhantes

Era tudo muito cinza.O asfalto,o passeio,as paredes.Até as árvores situavam-se em “caixinhas” de cimento.Lamentáveis cores da cidade.Carros brancos,pretos,pratas.Não há muita cor nesse emaranhado de prédios,nem por entre eles.Uma sociedade enquadrada.

Singelamente,por entre a cor cinza,um pequenino inseto.Uma borboleta verde com pingos pretos.Aquela coisinha pousada no triste passeio de quadradinhos,balançando as asas de folha,me chamou atenção.Pensei em um motivo que explicasse a aparição dela ali.

Achei engraçado que ela estava ao lado de um jardim,poderia se camuflar nele,se proteger.Naquele cinza,seria vista com mais facilidade,estava vulnerável.Qualquer um poderia pisar,eu quase pisei.

É o preço que ela pagava pra se mostrar,pra se destacar.E ela queria muito isso.Nas mortas cores da cidade,o verde é raro.Ela estava se achando ali naquele passeio.Já tem uma beleza natural,mas queria realçá-la.Conseguiu.Fiquei em pé ali uns dois minutos,compenetrada no movimento das asas,no verde que contrastou com tudo.Essa coisinha mudou meu dia.

Reparei que pessoas são como borboletas.Se abrem e se mostram para o mundo pagando o preço da vulnerabilidade.Querem se destacar,por isso se colocam em lugares ofuscáveis pela sua beleza.Queria até ver o comportamento dessa borboleta se estivesse no jardim com outras, azuis,amarelas,vermelhas.Ficaria na dela,com certeza.Pessoas são assim também.Se se deparam com outras interessantes,se sentem mais inseguras pra se mostrarem.Interessante isso.

Enfim,pode ter sido uma viagem muito grande nessa borboletinha.O texto ficou até grande.Porém,concluí que a questão é:saber pra quem se mostrar.Aposto que muitos passaram por aquele passeio sem sequer notá-la.Mas ela estava ali quando eu passei.Logo eu,apaixonada por borboletas,paixão herdada da mamãe.

É,aquela pequena coisinha cresceu com meus olhos.
A magnitude das coisas está nos olhos de quem vê.E eu ainda quero aprender a voar

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Horário

Temia.

Por dentro,sabia dos meus ensejos,dos meus desejos.Das travessuras que estavam por vir.Não tinha lá tanta certeza se eram certos,corretos,mas sei bem não ocupo o lugar de um semi-deus.Sou errante confessa.E confesso que errar ás vezes faz um bem danado.

E se venho por meio desse post lhe confessar tudo que passou pela minha cabeça é porque sei que você gostaria de saber,você se sentiria melhor.Esse pequeno espaço de tempo que deixamos valeu a pena;VocÊ vai gostar.Qualquer coisa por um riso seu.Por uma palavra irônica sobre algo que já sei foi.

Esperava por uma situação propícia.Como você sabe,a frieza e o cálculo são algumas das características comuns a nós.Foram indispensáveis para criar esta tal situação.Ou você realmente achava que o mundo "conspirava" a nosso favor?!O mundo não conspira,só sabe girar.Mal sabia você do tremendo esforço que empenhei nessa "conspiração".E a melhor parte:fazer tudo do meu jeito pra ficar do seu jeito.Naturalmente,como deve ser.No seu gosto.

Conquistar foi recíproco.Você adora um charme.Eu adoro um mimo.Morangos e chocolate.E seja o que Deus quiser...

Saí de casa com certo receio.Ás vezes,as coisas friamente calculadas se escondem na hora em que mais precisamos!Mas dessa vez estava convicta...haveria de dar certo.Porque você queria,eu também.Porque você gostava,e eu...

Chovia muito...
eu estava com uma blusa branca.
Se foi intencional ou não,só Deus sabe...e você.
assim como todo o resto que aconteceu.

Se eu tivesse que proferir uma única palavra que descrevesse tudo,eu diria com a maior certeza:

Marcou.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Suspiro...


Tão difícil expressar as coisas do coração.Tenho dificuldades com lampejos.


Pensei durante as horas em que meu peito se prendeu sobre seus olhos rútilos,uma quimera,um desatino,a simples vontade de achá-los.Acordada,recordava de um tempo em que lhe prendia nos meus braços,traçava as linhas do seu rosto como pretexto de tocá-lo.
Que belos traços você tem...

E esse seu enleio tácito,fruto do seu gesto contido, me fascinava de tal maneira que o meu gesto se tornava derradeiro.Ele que quase não se expressa,tinha vergonha de chegar por último,mas por você,ele chegava.
Quanta pressa você tinha...

Um esplendor que vinha de você por completo.Era meu desejo que flamejava,esse não tinha como se esconder.Mostrava-se nos meus olhos.Ocultas ficavam apenas as minhas mãos,que só pensavam na possibilidade de conduzir seu corpo.
Que belo corpo você tem...

Toda essa sua volúpia de sentidos,todo esse cândido sentimento que nunca foi impudor.O seu amor,o meu amor e esse nosso carinho.Provavelmente eterno,nem que seja mudo e bem fundo no peito.


Esse é nosso envolvente arabesco.


E por fim,na minha face pálida encontrei sua lágrima.


domingo, 25 de maio de 2008

Desapego

Saber parar na hora certa.Retomar as características de ser fria e calculista.Previnir-se.Ás vezes é bom não se deixar levar.Por que?Porque eu sou assim.E ponto.

Ouvi muitos criticarem negativamente a minha precavidade,o meu jeito de não querer me arriscar muitas vezes.Mas o fato é que quando se quebra a cara,dificilmente se quer arriscar logo em seguida,não?Eu acho.
E percebi ultimamente que,mesmo com as pessoas que não se envolvem nos ocorridos,mantenho certa distância por um tempo,até me convencer que estou segura pra arriscar novamente.Até me reencontrar,prefiro dois passos de distância.

Ah...quantas vezes fechei meus olhos...quantas vezes.Á medida que a gente cai e machuca,levantamos de um jeito diferente.Não somos mais os mesmos,me creio mais forte.Posso ter me enganado ao proferir um inocente "eu te amo",mas foi com a melhor das intenções.

E hoje,um pouco arranhada da queda,desapeguei.
Sou capaz até mesmo de voltar atrás do "eu te amo".
É...sou sim.

*Incrivelmente,esses episódios estão constantes.

"Perder-se também é caminho" C.L.

sábado, 24 de maio de 2008

Perdão...

Juro que não tive a intenção.Na verdade,não posso jurar.Então,desejo não ter tido a intenção,mas creio que inconscientemente aconteceu.

Estava eu com meus botões e com meu violão.E com minhas ideologias,verdade.Confabulando comigo,fazendo o que mais gosto de fazer e o que ás vezes não me deixa dormir:pensar.E entre os acordes muito bem conhecidos de uma específica composição própria,minha voz se misturava com o sentido que a canção fazia pra mim.Um sentido único de saber exatamente o que ela quis dizer.O sentido verdadeiro que só eu sei,sempre.Confesso ser um gostinho ótimo de ter isso pra mim.Mas enfim,não estou aqui pra falar diretamente de composição.

O fato é que um verso,o último do refrão,aquele que deu nome á dita cuja,contraria exatamente todas as minhas ideologias.Como assim??Eu,tão preocupada com o que escrevo,criticando atitudes e compondo as certas(pelo menos a meu ver) cometo esse crasso erro de me contradizer.Me cortou o coração.

Tratei-o como objeto e deixei a entender que assim fiz com todos os outros possíveis...A primeira coisa que me veio á cabeça é aquele bendito ditado: "aqui se faz,aqui se paga".

De troféu o fiz,de troféu fui feita.Pelo menos me senti assim

Tudo que me cabe é pedir perdão.Não sei quem você é...nunca sei o nome de meus personagens e destinatários,mas o que vale é a intenção.

Obs.Talvez a auto-crítica não faça sentido,a música ainda assim continua muito coerente.Mas queria desabafar.

"No meu inventário coloquei seu nome, mas não sei nada do destino
Espero encontrar em ti amor de homem, sorriso de menino
Não troco o meu viver pra colecionar lembranças em vão
E não quero você como mais um na vitrine da minha coleção"

Sobre Armadilhas,Vitrines e Coleção.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

As minhas mãos

Grandes,fortes e delicadas.Bonitas.Sensíveis,óbvio.

Mantêm íntima relação com o “quase esquerdo” no meu peito.São mais realistas,todavia.Só sentem o que há,de fato.Não se iludem.Ou é,ou não é.Racionais.São tão mais inteligentes que meu coração...

As mesmas que inventam os acordes que desconheço,rodeiam seu pescoço.As mesmas que se movimentam em busca de expressão,tocam seu rosto expressamente.As mesmas que lhe escreve os mais belos votos,se fecham ao saber da presença das suas.Elas têm medo.O meu “quase esquerdo” também.

Talvez um dia elas voltem a lhe procurar.Onde estão que não encontram as linhas do seu corpo?

Ainda não percebi,mas me disseram que estou dependurada.

"As figuras imaginárias têm mais relevo e verdade que as reais." Fernando Pessoa

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Constância

Acho cômico essa palavra nortear minha vida completamente.Alguns me definem com ela,outros me admiram por ela,e muitos me julgam por ela.Eu gosto e desgosto.E sei que será sempre assim.Mas o que é que eu posso fazer se ela me dá segurança,se ela me propõe um caminho que todos procuramos,que é o de saber quem somos?Eu ainda não sei.E não posso fazer nada.

Se por um lado ela me traz a certeza,por outro ela me priva da liberdade.Ao mesmo tempo que me torna consciente,me impede de arriscar.E definitivamente,minha vida seria insuportável sem correr riscos.

Ela me define?Na maioria das vezes.Ela me limita?Na maioria das vezes."Definir-se é limitar-se"
Se acham que por ela conseguem chamar alguém com meu nome,usem.Se acham que com ela eu deixo um pouco de viver,não se calem.Mas existe algo dentro de mim que grita por ser constante,que precisa de constância.São "cláusulas pétreas",palavras de um amigo.E talvez consiga até expressá-las...disse para outrem por esses dias.Gentileza...essa não é volúvel.


“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”. Clarice Lispector

terça-feira, 20 de maio de 2008

Conforme e disforme

Que o meio definitivamente consegue - no mínimo - influenciar a vida de uma pessoa,todo mundo sabe.Que o meio consegue definitivamente influenciar a minha vida,todo mundo sabe;mas o que poucos sabem,é que a moldura não cabe a mim.Os meios não me moldam.Eu simplesmente me adapto á ele.Eu sou flexível.Sou não...exigiram que eu me tornasse.Agradeço ás exigências.

Tão fácil dançar contra e conforme a música,saber lidar com qualquer tipo de pessoa e se fazer "lidável".Descobri que adoro me complicar.Adoro me relacionar.Adoro conhecer.Adoro experimentar.Adoro viver.E não estou nem um pouco preocupada com avulsos.Avulsos nunca têm o que fazer.Mas eles adoram falar.Adoram viver da vida de outros.

Paciência.Paciência e malemolência.O vulgo jeitinho brasileiro me foi concedido integralmente para ser maleável,flexível.Mas como eu disse,a moldura não me cabe.Posso conhecer vários,muitos,diferentes,iguais.Mas tenho um jeito que é só meu.E desse jeito eu não abro mão.Se eu abrir mão de mim,quem é que vai cuidar?Quem é que vai querer ser eu?Eu sou muito chata pra alguém querer ser!Meu jeito não cabe á ninguém mais.Eu sou só minha.