segunda-feira, 16 de junho de 2008

Ela...

Já não tenho juízo. O pouco que me restava ela me tomou. E o fez bem, bem descaradamente e louca, impulsivamente e a sua voz rouca.

Por entre os risos sentia um calor súbito: ela me fincava com suas unhas vermelhas se prendendo ao meu rosto e dizendo “eu te amo”. Deslizava os delicados dedos pela minha barba mal-feita,pela minha boca e se acabava em meu pescoço. Do meu silêncio e apreensão voltavam os risos após esse suntuoso afeto. Era magnífico ver aqueles olhos sérios e envolventes expressando todo aquele sentimento que a consumia, e que por fim acabou me consumindo também. Era tudo uma única vontade. Aquele cabelo molhado caía no rosto invocando uma das melhores sensações que um homem pode ter: ela é maravilhosa. Todas as idéias e volúpias declaradas, inteligência e ternura exteriorizadas.
Louco e apaixonado estou por alguém que de tanto sentido, não faz sentido algum. Linda, louca e despenteada.
Ela.

Artur Peixoto

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