quinta-feira, 30 de junho de 2011

Paixão

Meio sem saber o coração dispara
Se conforta na sua incompreensão
Sem esperar perdem-as as palavras
E o grande amor se espalha pelo chão

Os olhares se notam a todo instante
E os carinhos cada vez mais delicados
Baixinhos, como sussurros dos amantes
Harmônicos, arrepios declarados

Para cada encanto, crescia a saudade
E em cada encontro uma maior vontade
De ter nos braços você, mulher linda

Menina, o que você faz não faz sentido
Vem cá, e faça o que quiser comigo
Porque essa paixão nunca mais se finda.

Artur Peixoto

sexta-feira, 25 de março de 2011

Clube Atlético Mineiro 103 anos.

Nesse 25 de março, data que se tornou muito importante pra mim desde que me entendo por gente, parabenizo o meu clube de coração. Poderia escrever um lindo texto falando do meu amor pelo Galo, mas acreditem se quiser, é o único sujeito pelo qual derramo lágrimas ao escrever. É como se a caneta se recusasse a medir em palavras tamanho amor.

Então deixo aqui um texto de um palmeirense que retrata muito do que é ser atleticano.

Atleticano não é. Atleticano nasce.

Parabéns Galo, senhor das alterosas.



UMA GRANDE PAIXÃO

Mauro Beting

O melhor lance do Atlético não foi num jogo. Foi fora dele. Foi numa derrota. Minto, num empate de um time invicto, o supervice-campeão do BR-77.

Não foi o melhor jogo ou jogada. Mas não teve nada mais atleticano que aquilo: depois da derrota nos pênaltis para o São Paulo, Mineirão e Brasileirão estupefatos pela queda sem derrota de um senhor time de bola, os jogadores baqueados e barreados pela chuva e pela lama se abraçaram no gramado e assim foram ao vestiário.

Foi a primeira vez que vi a cena reverente que virou referência. Ninguém estava fazendo marketing (nem existia a tal palavra). Nenhum jogador estava jogando pra galera. Era fato.
Time e torcida estavam juntos naquele abraço doído e doido.

Como tantas vezes o atleticano esteve junto com o time. Qualquer time. Nada é mais atleticano que aquilo: um time que se comportou como o torcedor. Solidário na dor, irmão no gol. O atleticano é assim: tem a coragem do galo, mas não a crista.
Luta e vibra com raça e amor. Mas não se acha o dono do terreiro.
Sabe que precisa brigar contra quase tudo e contra quase todos. Até contra o vento, na célebre imagem de Roberto Drummond.

Aquela que fala da camisa preta e branca pendurada num varal durante uma tempestade. Para o escritor atleticano, ou, melhor, para o atleticano escritor, o torcedor do Atlético sopraria e torceria contra o vento durante a tormenta. Não é metáfora. É meta de quem muitas vezes fica de fora da festa. Não porque quer. Mas porque não querem.

Posso falar como jornalista há 17 anos e torcedor não-atleticano há 41: não há grande equipe no país mais prejudicada pela arbitragem.
Os exemplos são tantos e estão guardados nos olhos e no fígado.
Não por acaso, o atleticano acaba perdendo alguns jogos e títulos ganhos porque acumulou nas veias as picadas do apito armado.

Algumas vezes, é fato, faltou time. Ou só sobrou raça. Mas não faltou
aquilo que sobra no Mineirão, no Independência, onde o Galo for jogar: torcida. Pode não ser a maior, pode não ser a melhor, pode até se perder e fazer perder por tamanha paixão, cobrando gols do camisa 9 como se todos fossem Reinaldo, pedindo técnica e armação no meio-campo como se todos fossem Cerezo, exigindo segurança e elegância da zaga como se todos fossem Luisinho. Mas não se pode cobrar ninguém por amar incondicionalmente.

O atleticano não exige bola de todo o time. Não cobra inspiração de cada jogador. Quer apenas ver um atleticano transpirando em cada camisa, em cada posição, em cada jogada. Por isso pede para que o time lute. É o mínimo para quem dá o máximo na arquibancada.

A maior vitória atleticana é essa. Mais que o primeiro Brasileirão, em
1971, mais que o vice mais campeão da história do Brasil, em 1977.
Os tantos títulos e troféus contam.

Mas tamanha paixão, essa não se mede.

Essa é desmedida.

Essa é a essência atleticana.

Essa é centenária.

Essa é eterna

quinta-feira, 17 de março de 2011

NOTA

Bom, meus caros...

Postei inúmeras músicas e obviamente não paro de compor. Mas deixarei o blog um pouco de lado.

Quando acumular mais músicas, muito mais, volto a postar aqui.

Um beijo!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Delicado Abril

É...essa música é de apertar o peito. É a minha melhor, na opinião de algumas pessoas, inclusive na minha. Se me perguntassem "Qual sua obra-prima?" não teria dúvidas de responder de prontidão: Delicado Abril. Não é uma música que agradaria a todos os ouvidos, mas não hesito em dizer que agradaria os mais interessantes.

Uma música que tem uma história real por trás - e linda por sinal - de duas pessoas que, se não se amaram, se apaixonaram com a insistência do tempo e do encontro das personalidades muito fortes. Algo fora do comum, inesperado, surpreendente.

Recatada que sou não darei detalhes, porque claramente eu sou protagonista da história. Não conseguiria escrever algo tão delicado se não dissesse respeito à mim. Sempre dominei as coisas que me dizem respeito com maestria, (in)felizmente.

O resumo da obra é: eu escrevo pra mim mesma. O outro alguém me fez esse pedido inusitado antes de partir. Me surpreendi inicialmente, mas nada mais desafiador do que se colocar no lugar do outro.

Ao finalizar a música, parecia que tinha tirado o peso do peito. E ao tocá-la por inteiro pela primeira vez, parecia que tinha colocado o dobro. Fiquei em prantos alguns bons minutos, para depois começar a rir de felicidade por ter saído algo tão lindo daqui de dentro.

Pra mim que sou espírita, não fui eu quem compus isso. Só não sei quem anda por trás de mim sussurrando essas coisas.

Finalmente, a música retrata exatamente o que quisemos. Sim, quisemos. No plural. Porque foram sim, "só sentimentais" o amor, o ardor e o andor.

Mas valeu a pena. Ah, se valeu.



*Aqueles que se interessarem pela música, me peçam que envio por email.



Delicado Abril – Flávia Ellen 15/04/08


Vem pra perto e traz
Seu calor,seu aconchego
Vem disfarçar minha cor.
Tem seu monograma na parede
Que deixei pra quando voltar.
Traga sua metade que ela se entende
Com a minha vontade.

Vai provocar minha insensatez
E lidar com a avidez
Que seus olhos me causaram
Vai me querer pelo avesso
Ao se lembrar do texto
Que meus dedos lhe deixaram
Olha a minha mão
Te toca,nota e vota pra eu ser o seu condão

Sei que são só sentimentais
O seu amor,o meu ardor,o nosso andor
Vê que vão e não voltam sem paz
A flor,o ardil,o azul anil,você e eu.Abril

Vejo então e a cada vez mais
No seu olhar,um brilho,um lar,num cílio o mar
Coração não se cansa jamais
De ser pueril,de ser servil á porta que se abriu

quarta-feira, 2 de março de 2011

Anantara

Anantara, que em sânscrito significa sem fim, foi um nome que não sei onde vi, mas caiu muito bem. Uma música que gosto muito, por ser um dos poucos samba-bossa que tenho. Algo delicioso de cantar pelo próprio tom, de tocar e de ouvir, do dia 25 de abril de 2010.

É uma das músicas da série "Especial".

Enjoy!



Anantara – Flávia Ellen

Já não sei mais com que corpo eu vou te ver
Ser tua paz, aprender viver você
Direito ou do avesso, até esvanecer

Nas suas mãos quero viver seu calor
Eterno gosto meu de lhe declarar amor
Levo seu carinho roubado e por onde eu for

Sinto nosso amor calado
Desde o primeiro abraço que se fez
Deixarei meu verso estampado esperando te ter
Numa próxima vez

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pretinha



Faltando um mês exato para o seu aniversário, essa música tem o título de acordo com a destinatária. Pretinha é a minha melhor amiga, quem conheço de outras vidas, ainda que nessa só fomos nos encontrar em meados 2008. Ela não é só uma melhor amiga, mas faz papel de mãe e irmã em determinados momentos.

Somos muito parecidas, temos um caráter equivalente, os mesmos valores. Não temos a mesma altura, nem o mesmo peso, nem a mesma cor. Mas temos o mesmo amor uma pela outra.

Se ela fosse homem, sabe que casaríamos e ficaríamos o resto da vida juntas. Porque já temos o principal pra isso. Amizade, companheirismo e lealdade.

Então, pretinha, na próxima vida, trate de vir no sexo oposto ao meu. O coração agradece.

Love u.


PRETINHA – FLÁVIA ELLEN

Existe um lugar meu dentro do seu peito
Não vai se acabar enquanto tiver minha mão
Há de se lembrar dos versos dessa tua canção
Que lhe fiz lhe dando o meu coração

De toda nobreza, amiga, devo lhe falar
Que assim sempre seja, irmã, contigo eu hei de estar
Com toda presteza e amor que sempre hei de ter por você
Cuidar desse meu bem querer

Sei que de toda saudade que eu vier a ter
Não aflige nosso laço forte, fruto de nosso viver

Que nunca se expressará em palavras, e cartas abertas e lindas
Senti seu nobre amor, amor que há muito não tinha
Quando a você passei a chamar de minha preta, minha pretinha.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A Chegada

Essa música é uma das mais recentes, do dia 10 de janeiro. Conheci Rô no natal de 2010, vizinha da casa da vó lá em Monlevade. Minha tia nos apresentou dizendo que ela escrevia e eu compunha. Ela me escutou tocando, gostou e me mandou o site onde ficam suas obras.

Estava lendo todas quando cheguei nesse poeminha gostoso de ler. Gostei. Virou música.

Rô adorou, e provavelmente gostará das próximas que fizer com suas crias.


A CHEGADA – Rosângela Maluf e Flávia Ellen


venha, como quem não quer nada
sorria como se fosse fácil nossa estrada

me entrega teu olhar castanho
me envolva em teu abraço sem tamanho

venha, como quem não quer chegar
se renda à tentação de se dar e se doar

cante como se fosse dia
dance como se fosse festa
chegue logo, seja bem-vindo, se instale,

se ponha à vontade
sem temores, sem medo
se aproxima
tenho um segredo...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Aos olhos dele

Singular. É o que essa música retrata.

Uma história real contada de forma sutil que apenas aqueles que conhecem os personagens envolvidos sabem decifrá-la verdadeiramente. Isso porque um dos personagens veio até mim e pediu para que eu fizesse a música para o bem-amado. Contou-me a história com detalhes, de forma a deixar a música tão pessoal que me vem tudo à cabeça assim que canto.

Algo com extrema delicadeza, inclusive do violão. Um dedilhado que futuramente será ofuscado pelos instrumentos clássicos que crescerão conforme chega o refrão, até que se perca o ar.

Até que falte o ar dos amantes.

Do dia 17 de agosto do ano passado.



Aos olhos dele - Flávia Ellen


Na mesma cadência nossos passos
de pés que o chão sequer tocam
se encontravam no carinho dos seus braços
após brincar com olhos que se notam

No verde de um campo à luz do Sol
desconcerto brando sem igual

Verá que nosso disfarce inventado
foi jogar com o nunca. Em uma mera distração
teria um sim em vez do não


Uma nova roupa pra esse corpos
que se desenhavam num sofá. Cheios de planos
pra um futuro juntos. Se diziam votos
declaravam agrados sem engano

No silêncio de um pedido tão discreto
Fez-se o brilho nos meus olhos despertos.

Refrão

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sombra da Esquina

Esse foi meu primeiro samba. Do dia 6 de setembro de 2006, algo que muitos adoram e que eu tenho um carinho especial por ter despertado com mais intensidade o samba dentro de mim.

Não me perguntem nunca de onde tirei essa história de sombra. Não tenho a menor noção, mas espero que entendam pelo menos o que ela representa na música!


Sombra da Esquina – Flávia Ellen

Desabar
Levanta e deixa o Sol te iluminar
Pegue sua sombra e corra até encontrar o mar
Quero ver até aonde vai agüentar
Não esquece seu rastro, ele volta ao cair o luar

Sem saber
Despede e vai assim sem nenhum por quê
Leva sua sombra, me leva pra cuidar de você
Quero ver o que vai fazer
Se no porto deixar eu, sua sombra se perder

Refrão:

Some a sombra no sono de santo
Foi ter com a sombra de outra menina
Canta o canto do conde do encanto
Te encontro sem sombra na esquina

A sorrir
Me abraça e promete que não vai mais partir
Da janela eu olho a chuva te vestir
Quero ver sua sombra cair
E na esquina te ver, te querer sem me iludir

Refrão

Canta a sombra do conde sem sono
Despediu da sombra da menina
Some o sonho de santo no encanto
Do encontro da sua sombra e a minha

Canta a sombra do conde sem sono
Despediu da sombra da menina
Some o sonho de santo do encanto
No encontro das sombras, a luz acabou

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Lunático

Essa música tem uma história interessante. Na época que tinha ainda o Palco MP3, um carioca entrou em contato comigo falando que tinha gostado das minhas músicas, e propôs uma parceria. Conversamos um pouco e ele me mandou um esboço de melodia e violão.

O resultado foi essa música. Ele acha que o nome é por causa dele, porque foi algo completamente avulso, mas o convenci que não, que era por causa do diálogo com a Lua.

Música gostosa, que você pode ouvir no www.myspace.com/flaviaellen1

De 2008 se não me engano.


Lunático - Flávia Ellen e Erler

Olho pro céu e vejo o Sol já vai sumir
A lua já anuncia: - “A noite está pra cair”
- “Ó lua, não faz assim, meu amor vai embora”
- “Não posso fazer nada, já chegou minha hora”

Saudade e o peito apressado sem você aqui
Lamento-me ao astro que te levou de mim
Desce a noite e invoca o tom da solidão
Mas pelo menos não me entrego á escuridão

Meu bem me espere, a noite já vai passar
E tudo volta para seu lugar
Ó lua, não fique triste, fique em tortas linhas
Pego do Sol o que nunca vistes, também te faço minha

Alta noite já passava e a lua a brilhar
De olhos abertos ofereci o meu cantar
- “Jure a eu velar o sono do meu amor”
- “Sossega coração, sei bem a sua dor”
- “Nunca vi igual, acho que não se dá conta”
- “Imagine eu e o Sol, a gente nunca se encontra”

Ao longe vejo as cores do alvorecer
Despeço-me da Lua, chego logo pra te ver

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Triste Fortuna (Belicoso)

Ô música que eu gosto. Um baião. Coisa diferente do que faço, mas não pude deixar passar em branco minha enorme influência após reler Dom Quixote. Ah, como eu gosto dos utópicos, dos sonhadores.

Uma história delicada, assediada pela Menina do Céu que cogitou gravá-la, mas tornar esse baião um forró seria uma descaracterização do que ele representa. Versos longos, história verdadeira, final triste.

Algo delicado do dia 4 de janeiro. De 2007.



Triste Fortuna(Belicoso) – Flávia Ellen


Olha ao longe quem vem vindo, o guerreiro trovador
Junto ao seu fiel amigo, escudeiro, grande navegador
Traz junto de si o retrato de sua querida donzela
Que tristonho deixou pra trás, esperando na janela

Deixou pra trás também o seu legado, um emnino levado
E um poema pra sua senhora, de homem enamorado
“Eu volto, meu bem, acredito não ser como o tempo, o vento
que vai, destrói, não volta e não marca seu momento”

Mal sabia o homem que a guerra estava ao lado
A glória, a honra, a fama, o medo e o destino ameaçado

Homem virtuoso sabe que tem um dever a cumprir
E junto a seu aliado acredita que pode conseguir
Sem medo de cair, tem a força e a vontade pra levantar
Coragem pra seguir, erguer a cabeça e recomeçar

Mas no meio dum fuá de guerreiros, esqueceu seu maior valor
Que antes de guerreiro era trovador e prefere o amor
Não viu nada, só a lança que em seu peito se alojou
Lembrou do tempo, do vento, do poema, e os olhos cerrou

Lembrou de sua linda dona e de todo seu amor
Da sua mãe que dizia: “Ninguém contraria a vontade do Senhor”
Como todo poeta, trovador, foi fugidio e fugaz
Marcou, deixou, se fez e agora se desfaz

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Jogo

Essa música é uma parceria que aconteceu por acaso entre eu e uma grande amiga, Laurinha. Laurinha sempre foi uma das minhas maiores incentivadoras, sempre colocando pilha, fazendo contatos, estudando história da música só pra conversar comigo depois sobre isso!Hehehe.

O nome se remete à história escrita, e esse samba, que é mais um samba-rock, saiu por sair. Misturamos um pouco da intelectualidade dela com meu descaso no samba, e saiu isso. Deve ser de 2006, com certeza, época em que tínhamos contato diário. Se estiver achando muito repetitivo, lembre-se do jogo.




Jogo – Flávia Ellen & Laura Freitas

Dormir o seu sono
Sonhar o seu sonho
Abandonar esse abandono em que alguém me deixou

Amar esse amor
Ou pintar o pintor
Desprezar o desprezo que alguém me ofertou(ou não)


Refrão:

Papel em branco
A noite em prantos
No meu recanto
Eu no meu canto
Sem o seu manto
E o seu encanto
O canto ecoa


Me perder ou te perder
Ser mais eu ou nada ser
Arriscar, correr o risco que é você

Me mandar e não te ter
Fechar os olhos e não te ver
Te amar e esquecer de te esquecer

Refrão 2x

Ah que bom seria
Se esse jogo de palavras
Palavreasse com você
E te fizesse me compreender Ei,você

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Volúvel

Essa música fiz por uma inspiração de olhos verdes: meu amigo e parceiro de uma das minhas composições mais bonitas, Rafael Guimarães Silva.

Um indivíduo que à época fazia total jus ao título. Um homem de Lua, quase enigmático se não fosse poeta. Digamos que a música dá a idéia de alguém que se perde, que dialoga sem saber com quem exatamente.

É minha 34ª música que presta, é esse o único número que posso lhes dar, porque não me lembro quando compus ela. Talvez em 2008.

Um beijo ao querido amigo lindo e loiro.



Volúvel – Flávia Ellen

Ainda que me cale
Ainda que tu fales
Ainda que te cales
Ainda que eu fale

Seria o que desejas
Seria o que quer que seja
Só seria o que fosse meu
Só veria o que fosse teu

Meu mundo tão calado
Meu mundo
Meu

Um indivíduo obcecado
Obcecado
Breu

Ainda que eu fale
Ainda que te cales
(Eu te quero bem)
Ainda que tu fales
Ainda que me cale
(Quero te dar o que não tens)

Seria eu o que desejas?
Seria eu o que quer que seja
Talvez veria o que fosse meu
Só seria se eu fosse teu

Meu mundo obcecado
Meu mundo
Meu

Um indivíduo tão calado
Calado
Breu

Meu mundo tão calado, obcecado
Meu mundo
Calado e obcecado
Meu
Um indivíduo obcecado, tão calado
Calado
Breu
Obcecado?
Eu

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sobre Armadilhas, Vitrines e Coleção

Essa com certeza será uma música de trabalho já para um primeiro e possível futuro disco. Com um violão e melodia que remetem ao estilo clássico, fiz essa música querendo como nunca saber tocar violino, violoncelo. Sempre que a toco ou a ouço penso nos instrumentos de corda clássicos, o que toda noite me remete a pensar que em um belo dia gravarei um DVD com uma orquestra.

É talvez a única música que tenho que meu irmão gosta. Sempre soube que o que eu componho não é bem o estilo que ele curte, apesar de seu constante apoio.

Uma música de versos longos, pra dar exatamente a idéia da perda de ar (isso é segredo). E uma última consideração: algumas pessoas já me chamaram a atenção para a palavra lá do final: "respeitável". Não gostam muito dela. Talvez eu a mude um dia, só preciso achar algo melhor.



Sobre Armadilhas, Vitrines e Coleção - Flávia Ellen

Aqui fora a água cai do céu e no relento
Te olho aí dentro, seu nome invento
Entre uma tela de trapos aparece seu corpo
Pousado entre as asas de um anjo torto

Não peço, implico para que desças daí de dentro
E faças desse pequeno instante um grande momento

No meu inventário coloquei seu nome, mas não sei nada do destino
Espero encontrar em ti amor de homem, sorriso de menino
Não troco o meu viver pra colecionar lembranças em vão
E não quero você como mais um na vitrine da minha coleção


Como um ser sem vida que não ama, mas coleciona paixões
Você se estampa e invoca curiosas sensações
Estou numa armadilha com uma coleção de medos
E num choro sem lágrimas, silencioso, desvendo seus segredos

Não peço, implico para que desças daí de dentro
E faças desse pequeno instante um grande momento

No meu inventário coloquei seu nome, mas não sei nada do destino
Espero encontrar em ti amor de homem, sorriso de menino
Ainda há muito a aprender sobre armadilhas, vitrines e coleção
E muito a descobrir sobre seu respeitável poder de sedução

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Menino Moleque

Um outro samba. Um samba especial também do dia 12 de setembro do ano passado, inspirado nos cafajestes desse mundo e de outros se existir, mais especificamente em um cafa confesso de nome Brunno. Ele me pediu isso, acredita? Ele queria uma música pra ele, e não poupou "elogios" a si. Juntei tudo e fiz isso. É uma delícia, uma ode àqueles que não prestam. Prestam em devidas ocasiões, para devidas mulheres (as quais não julgo nunca, porque eles me atraem também em certas ocasiões).

Atenção especial aos nomes usados, nomes de queridíssimas e melhores amigas da vida.

Cuidado, você pode ser uma vítima.

Bjomeliga.



Menino Moleque


Malandro mineiro sem quem você é
amante das formas de toda mulher
Cuidado Carol, Laurinha
Rosa, Lora, Lu, Pretinha
Thiara, Alice e quem mais quiser

Ele é cafa, lindo e obstinado
Interessa, corteja e fica do lado
moreno, cheiroso, a fim
Sensual, charmoso, sorri
Duvido que eu vá resistir

Ele vem e lhe abre a porta do carro
Sei que tem jeitinho pra manter um bom papo
Talvez vá comigo pro rock ou pro samba
Dou uma brecha e o deixo achar que ele manda

Quem sabe assim o mudaremos ao fim dessa nossa folia, carnaval
Ninguém se dará mal, amor de verão e homem, como eu dizia, é tudo igual

Menino moleque sei bem o que quer
conquista todas e depois dá no pé
Cuidado Isabela, Amanda
Nina, Mari, Ju, Fernanda
Tati, Anita e quem mais puder

Ele vem e lhe abre a porta do carro
Sei que tem jeitinho pra manter um bom papo
Se aproxima, dá um cheiro e acha graça
Cairemos na sua lábia, suas garras, mas disfarça

Quem sabe assim o mudaremos ao fim dessa nossa folia, carnaval
Ninguém se dará mal, amor de verão e homem, como eu dizia, é tudo igual

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Casa de samba

Um samba do dia 12 de setembro, algo fortemente influenciado pelos Tribalistas. Gosto muito dele pela melodia. Sem mais.


Casa de samba


Refrão:
Tudo que vai querer saber antes de entrar no samba
tudo que não vai se esquecer de tanto rodar de banda

De saia rodada e penduricalho vou me apresentar
Pra qualquer nego que tiver coragem de me tirar pra dançar
a gafieira ou o samba de qualquer maneira (2x tudo)

Vou pra Mocidade, Império ou Mangueira
Mais tarde na Vila, Portela e Beija-Flor
Perfume no corpo, balanço e ginga no pé
A noite inteira estarei lá se quiser

(Refrão)

Descalço o sapato, o cabelo solto, chamo ele pra brincar
Não vale malícia, só charme e gingado. Você vai gosta
da gafieira ou do samba de qualquer maneira (2x tudo)

Vou pra Mocidade, Império ou Mangueira
Mais tarde na Vila, Portela e Beija-Flor
Perfume no corpo, balanço e ginga no pé
A noite inteira estarei lá se quiser

(Refrão)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pelada

É, o futebol sempre foi um das minhas grandes paixões. Não poderia nunca evitar pensar nele, não consigo. Tanto é que me sai um samba que alia muito do que há de melhor: o samba, o amor, o futebol. Não é o pagode, apesar de ser gosto unânime entre os boleiros, mas o samba.

Um samba delicioso, sem malícias, mas propício a muitos homens, senão todos.

Não me recordo da data certa, mas sei que foi no segundo semestre do ano passado!



Pelada - Flávia Ellen

Vai rapaz, me passa essa bola
Do gol anulado. Sabia! Era hora
De mostrar o que você quer

Sei que faz de conta, tá na cara
Olha a linha! Impedido. Sei que você repara
A de qualquer outra mulher

Olha o contra ataque

Vê se toma tento e vira goleiro
Segura as pontas até do zagueiro
Que nesse campo eu já joguei
Primeiro faça o meio de campo
Devagar avance. Olha a falta! Nem tanto
O meu jogo é fair play

Chega de dar toque pro lado
Levanta a cabeça, desenrole o embolado
A grande área vai chegar
Cuidado! Jogador ali em frente
Tem habilidade? Drible toda essa gente
Pra fazer gol tem que arriscar

Olha o contra ataque

Vê se toma tento e vira goleiro
Segura as pontas até do zagueiro
Que nesse campo eu já joguei
Primeiro faça o meio de campo
Devagar avance. Olha a falta! Nem tanto
O meu jogo é fair play

Sem catimbar. Olhe bem o seu placar
Não vá de geral que você pode se dar mal
Jogue no contrapé, me surpreenda se puder

Vê se toma tento e vira goleiro
Segura as pontas até do zagueiro
Que nesse campo eu já joguei
Primeiro faça o meio de campo
Devagar avance. Olha a falta! Nem tanto
Nosso jogo é fair play

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Dois

Hummmmmmmmmmmmmmmmmm, esse é um dos meus xodós. Um blues que ainda tem que ser desenvolvido em seu arranjo, mas reconheço minhas limitações. Esse é um trabalho para Clayton Neri, amigo de data e violonista de confiança, meu braço direito na música. Um blues com a minha cara, nem tão sutil quanto gostaria, mas completamente verdadeiro.

É também uma música da série "Especiais". Compositor tem sempre seus motivos. Do dia 18 de janeiro de 2010. Algo fresco. Espero que gostem e consigam imaginar a sensualidade que o blues pode trazer.


Dois - Flávia Ellen

Sei que você sabe que meu quarto quer você
Inteiro, de verdade, sem roupa e à mercê
De todo amor que eu puder lhe dar
Fantasiar, lhe aproveitar

Com sua voz grave é difícil me conter
Tão doce, tão suave, que me fez lhe conhecer
Sem o menor pudor
Com seu ardor eu fiquei louca de tanto calor

Nem me fale do arrepio
Ao ver seu corpo com tanta paixão em um dia frio

Vem, me ensina os seus passos
Me pegue, me gire, suspire, ocupe meu espaço.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Nego

Continuando com os sambas, esse foi feito no dia dos namorados de 2009. Escrevi numa sentada só e adorei. Bem samba mesmo!

Não é pra menos que meu samba se distrai logo ao te ver
Passando cheio de graça, e ainda disfarça não entender
Que fico louca quando sorri, e me leva a proferir, confessar
Que moreno mais lindo não há

Por você diminuo meu rebolado
Pr´outro nego eu mal olho se assim você quiser
Pra tanto me ame bem forte, e que não nos separe a morte
De uma roda em pleno quintal
Não deixo meu samba de lado, me leve a um renomado
Que o último que não o fez se deu mal

Passe lá na vila, vou pra gafieira com você
Mostrar minha mocidade, fazer você querer
Armar comigo um barraco, colocar cartas na mesa
Ser feliz e dar nó nas cadeiras

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Quase Sem Vergonha

Ah, esse samba é uma delícia. Pela letra dele.

A história é bem interessante: meu amigo e parceiro carioca, Erler, veio à BH para que nos conhecêssemos, porque fizemos uma música juntos nos falando apenas pela internet ("Lunático") e combinamos que nos veríamos assim que pudéssemos. Aconteceu que o carioca veio, nos encontramos no Parque Municipal com dois violões e começamos a conversar. Pouco antes de irmos embora, ele me mostrou os três primeiros versos de um samba que uma amiga dele tinha escrito (uma história interessantíssima também que prefiro preservar sua intimidade), e me disse pra fazer deles o que quisesse.

Peguei e alguns dias depois estava pronta a dita cuja, que escrevo aqui pra vocês. Meu samba favorito por dizer muito de mim. Sim, não tenho muita vergonha, mas sou sutil. Por isso o "quase". E também porque o meu pai lê as minhas letras. Hehehe.

Música do dia 28 de fevereiro de 2008.



Quase Sem Vergonha - Flávia Ellen e Erler

Quando eu negar,disser besteira,tentar não dar bandeira pra você não notar
Então vai lá,me diz por que usar esse perfume só pra me provocar
Não vai querer se eu me entregar,desvio então olhares pra você não se achar
Não vai saber se eu não falar que todo dia em você penso,já não dá pra negar

Ah mas se você me olha dizendo que rola e me dá bola,
Pego a viola e canto um samba só pra te cantar
E te pego de jeito, ao pé do ouvido,com todo respeito
E delicadeza, digo com certeza, você vai gostar

Me vê de banda e faz um charme, realça a vaidade pra atrair meu olhar
Não perde a pose,nem sai da linha,me disse o que não tinha só pr´eu te agradar
Fica atiçando e me esnobando, a culpa é sua por aumentar meu querer
E se não der pra me segurar,juro me comportar, sei que vai me entender

Ah mas se você me olha dizendo que rola e me dá bola,
Pego a viola e canto um samba só pra te cantar
E te pego de jeito, ao pé do ouvido,com todo respeito
E delicadeza, digo com certeza, você vai gostar

E se entregar no meu abraço,meu colo,cansaço
E juras até faço se a mim quiser se juntar
E já que gostou desse nosso caso,de ontem em diante
Te faço um instante.Ixi,só não te levo pro altar.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Outono

Essa música é outra da série "Especial". A única de todas as minhas músicas que ainda não sei se chamará isso mesmo. Ela leva o nome da época que foi composta (outono de 2009) pelo simples fato de não achar uma palavra que a defina bem. Um violão feito com toda a influência de John Mayer que poderia ter, mas sem perder a levada própria das minhas músicas. Uma música gostosa de cantar e tocar.

Quem quiser sugerir nomes para ela, estou MUITO aberta à ouvir.


OUTONO - Flávia Ellen

Outra vez espero o tempo que dura um tempo bom
Sempre no mesmo lugar
Pra dizer que a minha voz emudeceu
Logo ao te ver chegar

Sem saber teus lábios encontrarão os meus
Por todo o tempo que durar
A escrever descrevo este lugar todo teu
Sabendo que irás guardar

Nos versos um legado que se deu
Ao desvendar os seus segredos
Um vício sem descanso desses olhos teus
A brilhar enquanto percebe nosso eterno caminhar

Mais que um encanto guardado
Acolhe em teu peito, retrato de um amor a se viver
Impeço teu cansaço
Nos meus braços quero te ter até o último dia amanhecer

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Insensatez

Adoro. Uma das minhas preferidas. Melodia deliciosa, extremamente sensível, assim como a letra. Um primor de letra, uma mistura de Flávia e Rafael. É, não fiz sozinha. Não poderia compor o último terceto.

Em nossos encontros, Rafa sempre me mostrava alguma poesia, normalmente sonetos. Nos encontramos várias vezes durante alguns meses e depois desencontramos outros vários.

Um belo dia, estava lendo poesia em casa quando vi, num livro de Florbela Espanca que ganhei de presente dele, dois sonetos guardados. Um deles terminava com esse terceto final da música. Não tive dúvidas que era algo musical.

Entrei em contato com ele e ele de pronto autorizou o uso. Deu no que deu. Fiz a música de trás pra frente. Como se começasse nos olhos verdes que ele tem e acabasse nos meus castanhos. E por isso, uma da série "Especial".

Outra curiosidade, acabei a música no dia do aniversário da minha melhor amiga, Pretinha, dia 28 de março (2009).



Insensatez - Flávia Ellen e Guimarães Silva (como foi registrado, mas reitero que prefiro Rafael Guimarães)


Se achega e encontra em mim o teu alento
dentro do meu peito que há de fazer você ficar
Escreva-me qualquer sentido em teu corpo
no fascínio do teu rosto,nosso sobre-amor a desejar

Teus segredos trocando olhares com os meus
No meu sossego dormente, motivo evanescente
que se desfez na minha insensatez

Encontra em mim tua paixão tardia
Que em vida não lhe concedeu, o tempo
Mas que lhe concede agora a poesia

sábado, 1 de janeiro de 2011

Nego

Um samba feito em pleno dia dos namorados de 2009. Sem o romantismo da data, mas uma idéia do que eu sou quando o assunto é samba. Sem muito da vergonha que me tem. Espero que gostem, na mesma linha de Quase Sem Vergonha e de outros sambas que ainda postarei aqui.

Nego – Flávia Ellen

Não é pra menos que meu samba se distrai logo ao te ver
Passando cheio de graça, e ainda disfarça não entender
Que fico louca quando sorri, e me leva a proferir, confessar
Que moreno mais lindo não há

Por você diminuo meu rebolado
Pr´outro nego eu mal olho se assim você quiser
Pra tanto me ame bem forte, e que não nos separe a morte
De uma roda em pleno quintal
Não deixo meu samba de lado, me leve a um renomado
Que o último que não o fez se deu mal

Passe lá na vila, vou pra gafieira com você
Mostrar minha mocidade, fazer você querer
Armar comigo um barraco, colocar cartas na mesa
Ser feliz e dar nó nas cadeiras