De fato não são só sentimentais, seja isso o que for. Eles se tornaram muito reais,muito materiais, e eu lhe disse que era perigoso tornar concreto o abstrato. Perigoso demais.
O sentimento toma corpo, e como toda essência que se reveste, largá-lo é algo quase impossível. No mínimo indesejável. Necessário seria uma força quase sobrenatural. Porém, tal força é demais para nós, demasiado humanos. Dizem por aí que a carne é fraca.
Queria eu poder dar-lhe tal força, para tal estado tão corpóreo virar apenas memória. Lembrança. Passado. Queria eu poder ter tal força para me desvencilhar dessa concretude e passar-lhe a segurança que você precisava para o desapego. Este pouco adotado por mim e menos por você.
Desapego fracassado. Quando tudo deveria ter se desapegado da mente, desapegou-se do corpo, apenas. Mente traidora. Fraca. Humana. Mente que controla, que toma conta. E é ela que manda, pra nossa infelicidade.
E enquanto não se encontra saída, vamos construindo nosso relicário. Seja ele só uma caixinha pequena, seja ele o próprio coração. Eu me dou, como parte mais abstrata, e você se dá, parte mais concreta. Por fim nos complementaremos. Versos e corpos.
Até que um belo dia eu lhe escreva dizendo que encontrei uma solução.
E aí então não lhe escrevo mais.
"O que você está fazendo,um relicário imenso desse amor...por que que está fazendo assim?"
sábado, 13 de dezembro de 2008
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Um comentário:
Podia passar sem essa,chica.Apesar de tudo,adorei o texto.Bastante incitante...
miss u.
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