terça-feira, 23 de setembro de 2008

Completamente

Bem sabia que chegaria a hora em que as palavras minhas sumiriam como some brisa em vento.No meio de tantas frases e versos não restariam sequer interjeições.Não!Era previsível,mas não se esperou sequer o tempo que dura um tempo bom.Nem um suspiro de tempo.

Mas tudo bem.Meu amor modesto se acostumaria muito bem com o silêncio.Afinal as juras passam a não fazer mais sentido quando realizadas.Esse amor nada fugaz,nas últimas palavras,disse que jura ser ele enquanto durar.Afago.E é.Disse que enquanto meu bem-querer dormir,ele dorme também.E volta quando ele voltar.Volta sempre que quiser.Na verdade,nunca se vai.Sempre aqui.

O silêncio duraria quanto tempo quisesse.Quanto tempo você quisesse,porque o meu raramente se dava,mas também não falava sozinho por aí.À medida que você quis,fez-se o meu.Por mais que falasse,a repetição funcionava como nada.Já não faria tanto efeito.E eu sempre gostei de efeitos.E de tanto perder a noção da hora,creio que os efeitos agora eram silenciosos.Creio que o silêncio seria normal desde então.

Não esperava perdê-lo,apesar dos olhares que nunca se perdem.Não esperava não tê-lo,apesar das mãos que sempre se têm.Não esperava,porque nos acostumamos a um amor calado.Você até que se segurou bem,mas quebrar o silêncio era inevitável.Quebrou não querendo quebrar.Sussurou.De tantas palavras que tinha escrito,você se ateve ao resumo de todas elas,e usou duas.

Nem precisava.Nunca precisaria.Apaixonada.

"O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio..."

Um comentário:

Anônimo disse...

"...Num fundo de armário, na posta-restante, milênios, milênios no ar...".
Puts! Fiquei um tempão sem vir aqui. Agora tô pensando em porque é que eu demorei tanto :P

Inspirada heim moça!
Nuuuuu

Descrições surreais.