Uma música endereçada a uma grande amiga, dona de uma sensibilidade não só aparente e de palavras sempre muito preciosas. A poeta, de nome Alexandra Duarte, foi e é peça fundamental nesse meu início de carreira musical, e sempre compartilhamos as mesmas idéias sobre a sensibilidade humana, principalmente em Angra, onde nos conhecemos melhor e onde ela presenciou a composição da minha primeira música. A noite sempre nos foi especial, e nela somos mais produtivas. Por que? Estamos tentando descobrir até hoje.
A outra poeta a que se refere a música é Cecília Meireles, que dispensa qualquer apresentação. Na época, estávamos lendo Viagem e Vaga Música para o vestibular, livros nos quais ela se remetia bastante à efemeridade de tudo, e do vento.
Enfim, é uma música especial pra mim, um diálogo com alguém por quem sempre tive um carinho imenso. Do dia 18 de novembro de 2006.
Um beijo, Xanda.
À Poeta – Flávia Ellen
Um certo dia ouvi uma poeta falar
Que melhor que a noite para escrever não há
Da mesma amiga ouvi dizer
Que a noite transforma o jeito de ser
Mas agora a pergunta que não quer calar
Há uma ligação entre noite e inspiração?
E o que fazer se ela não vem?
Encolher-se num canto, esperar baixar o santo?
Deixar-se iludir, esperar a noite cair?
Pergunte à poeta, talvez tenha a resposta certa
Quem sabe ela não diga também o que fazer se ele não vem
De outra poeta ouvi dizer
Que o vento faz passar o tempo
Dela, quase nunca, ouvi ser declamado
Verso que me ajude a entendê-lo, o bem amado
Mas quando menos espero entra no quarto delicado
O vento ou o bem amado
Mais uma vez só me resta recorrer à poeta
Não sei se é o vento, ele, a noite que ilude, invade, seduz a verdade
Me diga o que fazer pra acabar com essa intriga
Fecho a janela, acendo a luz, finjo ser nada, quase nada
Pinto a parede, de fogo, nego a sede,só não fecho a porta pra ele
E o que fazer se a inspiração não vem?
E o que fazer se ele não vem?
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
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