segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A não ser que

Essa letra é sem dúvida uma das minhas preferidas. Pelo lirismo em que a história se desenvolve, pela intensidade que ela me transmite. Me lembro que não a escrevi para alguém especificamente, e o mais interessante é que sequer estava interessada em alguém. Não tinha motivo, inspiração, homem que me fizesse escrever algo assim. Mas como bem falei com uma amiga esses dias, a maioria das coisas que escrevo não vivi. E isso é ligeiramente intrigante, mas muito gostoso. Espero viver, claro.

A música é do dia 25 de setembro de 2006, e escrevi debaixo de uma chuva deliciosa, enquanto deveria estudar para o vestibular.



A não ser que – Flávia Ellen

Inclua-me em suas ambições
Deixe-me navegar nas suas embarcações
Por todos os mares desse mundo, desse mistério do seu corpo
E que seja tudo sério

E que meus passos me guiem à sua procura
Que seja um dom compartilharmos a mesma loucura
Mas se por obra do acaso eu me perder, eu vou parar, a não ser que...

Você me proponha uma fuga pra qualquer lugar
Em que não haja regras ou limites pra sonhar
Me envolva, me faça descobrir a essência do meu ser
Olhe-se no espelho e veja que detém esse poder

Que me pega e me leva pra longe daqui e ancora meu corpo sem me deixar cair

Mesmo que alguém escute o que dizem essas palavras
Só espero que elas atravessem minutos pelo nada

E que levem até você um sinal que indique a ausência de um final
Pra nós dois, se apresse, não deixe o desejo pra depois
Te espero na rua onde a Lua é sempre cheia
Anseio a vontade desse encontro que incendeia clichês, a não ser que...

Tudo tenha passado como um conto, a saudade encontra a mentira num certo ponto
Os sentidos sejam deixados em segundo plano, tudo acaba e apenas passam-se os anos
O estar toma lugar do ser no mundo, o caminho acaba num poço profundo, a não ser

Que você tome a frente e diga que nada foi em vão
Que fizemos por merecer o que vivemos, não foi ilusão
Que nada é eterno, sempre é tempo demais, mas entre nós não há nunca mais

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