quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O carnaval ao avesso [7]

Soneto de fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento


E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure


Vinícius de Moraes

Ah, o amor...

tão bobo, tão triste, tão debochado, tão exagerado, tão vulnerável, tão veemente, tão impetuoso, tão atrevido, tão impulsivo, tão entregue.

Ah, o amor...

tão inteligente, tão alegre, tão criativo, tão consequente, tão seguro, tão intenso, tão calmo, tão sereno, tão cortês, tão entregue.

Essa entregue moeda de duas fazes pertence a você,apenas. Fica a seu critério escolher qual contradição usar.

(yn)

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