terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O carnaval ao avesso [6]

Não te quero senão porque te quero,e de querer-te a não te querer chego,e de esperar-te quando não te espero,passa o meu coração do frio ao fogo.

Quero-te só porque a ti te quero,odeio-te sem fim e odiando te rogo,e a medida do meu amor viajante,é não te ver e amar-te,como um cego.

Talvez consumirá a luz de Janeiro,seu raio cruel meu coração inteiro,roubando-me a chave do sossego,nesta história só eu me morro,e morrerei de amor porque te quero,porque te quero amor,a sangue e fogo.

Pablo Neruda

A você eu dedico o meu amor infantil.

Sem saber o que é rotina, a cada despedida vem o aperto no peito pensando que é um adeus. Tenho medo de lhe perder.

Sem noção de posse, quero ficar sempre perto, sorrindo, brincando. E como se fosse sua, um brinquedo ou companhia, lhe deixo me absorver. Absorva o que é seu. Assim como eu o farei.

Sem noção do que seja o extremo da felicidade, me vem o sentimento de não-merecimento. Ainda depois de tanto tempo, acho que me deram um amor além da conta.

Finalmente, entre tantos momentos lúdicos, me vem a vontade e o ato mais comum de toda criança. Guardarei você no bolso.

(yn)

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