segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O carnaval ao avesso [4]

SAUDADES

Saudades! Sim.. talvez.. e por que não?
Se o sonho foi tão alto e forte
Que pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão.

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar
Mais decididamente me lembrar de ti!


E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca


Quando se procura um sentido que não é encontrado, passamos a ver a indiferença com outros olhos. Ela se torna nossa companheira de todos os segundos que passam, criamos certa afeição pela calma que ela nos proporciona, até o momento em que nos faz ver que a diferença de um dia se resume a uma única pessoa. A partir daí, ela não existe mais. A partir daí, você faz toda a diferença.

(yn)

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