quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Delicado Abril

Vem pra perto e traz
Seu calor,seu aconchego
Vem disfarçar minha cor.
Tem seu monograma na parede
Que deixei pra quando voltar.
Traga sua metade que ela se entende
Com a minha vontade.

Vai provocar minha insensatez
E lidar com a avidez
Que seus olhos me causaram
Vai me querer pelo avesso
Ao se lembrar do texto
Que meus dedos lhe deixaram
Olha a minha mão
Te toca,nota e vota pra eu ser o seu condão

Sei que são só sentimentais
O seu amor,o meu ardor,o nosso andor
Vê que vão e não voltam sem paz
A flor,o ardil,o azul anil,você e eu.Abril

Vejo então e a cada vez mais
No seu olhar,um brilho,um lar,num cílio o mar
Coração não se cansa jamais
De ser pueril,de ser servil á porta que se abriu

Flávia Ellen 15/04/08

*Me deu muita saudade nessa horas da noite.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Relato Intimista

Por que temes à minha frente? Não consegues dizer o que sou ou não é ninguém para dizê-lo? Não sabes do meu limite, da minha competência, da minha ousadia e do meu caráter? Esperava que soubesses depois de tanto tempo.

Julgas por quê? Se não passo de meras especulações, se não te passo certeza de nada? Se mesmo eu não tenho certeza do que sou.

Temas, sim, porque não tens poderes, não consegues ler o que vai além da minha forma física, não me decifras por olhares. Não sou o que sentes, nem o que pensas.

Julgues, sim. Julgues toda a incerteza que achas que é certa. Que achas que é tua.

Erres ao final. E voltes para me contar.


*A maior parte desse texto pertence à Luane Bernardino.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Indecifrável

"- Tão bom lhe ver de novo, Artur. Cortou o cabelo só para me ver? Hehe...ficou lindo, como sempre.
- Hehe, sim cortei-o. Realmente, Clara. Estou muito feliz em vê-la. Com novos objetivos, mais madura, mais mulher. Pensando em filhos, casamento. Muito feliz em ver que finalmente você achou alguém que realmente valha a pena.
- Você vale, Artur, sempre valeu. Mais do que todos, talvez. Mas por decisão nossa...
- Não falemos do passado. Já conversamos o suficiente sobre isso, não me julgue grosseiro por falar assim.
- Tudo bem, você tem razão. A principal razão de ter vindo ao seu encontro é uma pedido que tenho que lhe fazer.
- Pois não, vá em frente.
- Quero que você me deixe seguir em frente. Quero lembrar de você com um sorriso no canto da boca, com uma sensação gostosa de saudade e de felicidade. Quero pensar no seu nome e poder pensar de novo, sem pesar, sem tristeza, e com amor, todos os dias. Quero ler suas poesias e ver isso como uma honra, ainda que saiba que muitas delas se destinam a mim. Quero muitas delas. Não sei lhe esquecer. Preciso pelo menos saber pensar em você.
- Olha, Clara. Desculpe se interrompi, mas você sempre esteve livre pra seguir em frente. Também para mim foi difícil passar por cima de tudo, por cima de nós. Mas talvez eu não saiba o que fazer em relação ao seu pedido. Se eu ocupo um lugar em você, não sei como tirá-lo. Assim como você ocupa em mim. Brilham meus olhos, dispara o meu coração quando seu nome me vem. E lido bem com isso. Você fará o mesmo, tenho certeza. Se precisava ouvir isso da minha boca, lhe digo com a maior sinceridade.
- Sim, é isso que precisava. Estou com o horário um pouco apertado, acho melhor chamar o Bruno para irmos. E finalmente, só queria lhe dizer que você é único. Você é o único homem da minha vida, tenha certeza. O único a quem amei assim, o primeiro e único.
- Pensava que você tinha me dito que não era o primeiro.
- Sim, você é. Quando disse que já havia vivido tudo isso, foi para lhe deixar mais confortável nessa incompreensão toda. E também para me convencer e me fazer aceitar essa situação de paixão.
- Nossa, é tudo muito mais complexo do que pensava.Hehe...
- É, só um pouquinho mais complexo. Seu sorriso continua lindo.
- ... (Silêncio) ... Tenho certeza que você é e sempre será a única mulher da minha vida. A mais linda, a mais irreverente, a melhor.
- Amo você, Artur. Nunca se esqueça disso, porque isso nunca mudará.
- Eu também te amo, Clara. Se cuide. Sempre aqui. "