sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ventura

Pra fechar o ano bem, mais uma da série "Especiais". Uma música com detalhes por ser direcionada a só-Deus-sabe-quem. Uma melodia que quebra em determinada parte com a mudança do tom, mas que não perde sua sensibilidade.

Uma das primeiras músicas de 2009, feita no dia 20 de janeiro.


Ventura – Flávia Ellen

Meio sem porquês se desfaz o seu olhar ao nada
Ao se ver nos meus planos, desengano que tanto lhe agrada
E não vai, não mais, sentir falta do que nunca teve em mãos
Sei que não, não.

Vai, se ajeita nesse abrigo e saiba que é só seu
O brilho dos meus olhos morenos, seus olhos pequenos que a mim prometeu
Amar, sem saber de onde tudo veio, se era acaso ou invenção
Calar, entender que as letras não podem sequer dizer.
Não há verso sem você

Sei que meu gosto por você vem do meu lampejo que nunca se esvai
Vem sonhar você comigo, vem pro meu colo, escuta a chuva que cai
Tem o silêncio mais bonito e a mais doce ternura que já vi em toda minha ventura.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Por Acaso

Minha única música de cunho social. Critico algumas coisas, exponho outras que acho interessantes. Tudo isso porque estava tendo muita aula de Filosofia, então vícios e virtudes, entre outros temas, estavam muito presentes.

É uma música gostosa que mexi nela um pouquinho há algumas semanas. Mudei o ritmo para o mesmo ritmo de Paisagem da Janela, do Clube da Esquina. Ficou gostosa de cantar e tocar.

Do dia 26/11/2006, às vésperas do vestibular.


Por Acaso

Um dia por acaso quis entender o poder
A ambição que induz o homem á violação
Quem dera se a chuva que cai levasse com ela
Os males que corrompem as verdades

Não cabe a mim ou a você tentar mudar, dos outros, o jeito de ser
Mas cabe a nós fazer a nossa parte. Se há problema, há uma solução
A minha encontro em você, por favor, não diga não

Nada é por acaso, nem precisa ter razão
Certas coisas não se explicam, é pura emoção
Entre vícios e virtudes, o que muda é a atitude
Vida é filosofia? Depende da ironia

Se uma palavra vem do nada, a razão não explica, espantada
Tantos lugares, talvez mundos, detalhes. Não há motivo pra querer tudo aqui
Mas se por acaso eu ver você, vou querer só pra mim

Tantos sonhos roubados, perdidos
Muitos apenas procuram por um abrigo
A desigualdade bate á porta
E os grandes nada fazem, viram as costas

Talvez unidos seremos mais fortes, nosso futuro está em jogo, nossa sorte
Os maus momentos ficarão na lembrança, pois não perco a esperança
De ver o mundo triunfar e me perder no seu olhar

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Pseudônimo

Mais uma da série metrificada. 7 sílabas poéticas, porque 7 é meu número xodó. Nasci dia 7 do 7 às 7 hrs da noite. Sempre joguei bola com o número 7 nas costas e sempre joguei bem. Por isso 7.

Uma música minha que eu não gosto tanto. Toquei para meu primo e ele amou. A partir daí entendi que a sua música definitivamente não é sua. É de quem quiser. Feita no início de 2007, no meio de uma aula de Sociologia na PUC, quando fiz um semestre de Relações Internacionais.



Pseudônimo – Flávia Ellen

Eu sou quem você conhece
E quem você desconhece
O meu nome só eu sei

Conheço-me muito bem
Mas não sei o que outros têm
Não sou um fora da lei

Me escondo atrás do chapéu
Deixo meus versos ao léu
E saio sem que percebam

Se espero por um sinal
Não é que lhe queira mal
Mas não quero que me vejam

Quanto mais você me quer
Não me espere se puder
Os meus seres não me deixam

Não ame um ser com dois nomes
Não alguém que existe e some
Não sei por que não me dou

E um último conselho
Esqueça tudo o que digo
Minto e não sei quem sou

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Embaixada de poetas

Se não me engano, é a única música metalinguística que tenho. Ela é uma mistura do que eu sinto quando escrevo, e por isso mesmo é uma música bem leve, inclusive o ritmo e a melodia. Curto ela mais pelo trabalho que tive em fazê-la, estava tentando fazer cada verso com 10 sílabas poéticas, mas como me esqueci como contá-las, não sei se consegui!

Minha prima de 6 anos e sua irmã, de 4, adoram ela. Falam que veem borboletas quando cantam...hehehe. Vai saber, né?!

Foi feita entre o dia 27 de abril e 1º de maio de 2007.


Embaixada de Poetas - Flávia Ellen


Queria ter só o poder da escolha
Mas o mundo entregou-me ás suas folhas
De outono que caem no meu jardim
De poesias que saem do alecrim

Diga-me Pierrô o que torna eterna
A luta entre o sonho e uma realidade
Sou eu ou é você que é uma verdade
Ou sou eu, também você, só vaidade

Escrevam, mintam, não há mais chamada
Para quem quer sair dessa enrascada

De momento, de vento, sentimento
Vivem poetas e musas que invento
Vivem também arco-íris e flores
Tulipas, orquídeas e meus amores

Sentindo que o papel acabará
Entrego meus versos a Deus-dará
Adeus ao Pierrô e á sua conversa
Adeus á Embaixada de Poetas

Escrevam, mintam, não há mais chamada
Para quem quer sair dessa enrascada

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Cuidado Eterno

Essa música teve seu início no título. Tenho duas amigas gêmeas, Márcia e Mônica, que sempre usaram muito esse "bordão". Um belo dia, de tanto escutá-lo delas quando se referiam a diversas situações, peguei o nome, coloquei no papel e vi tamanha beleza na união das palavras que não pestanejei em fazer uma música. Algo que poderia ser cantada para meus filhos, pensei. Assim será então.

Pequeno detalhe sobre a música: ela foi feita pra ser tocada no piano. Como não tenho esse dom, gravei no violão e ficou bonito. Mas na minha cabeça, ela é só piano. Muito delicada, uma canção em Sol Maior.

Se não me engano, a música é de 2008, mais pro fim do ano do que pro começo!


Cuidado Eterno – Flávia Ellen

Te deito no colo
Te espero adormecer
Seguro sua mão, te olho,serena
Me sinto bem mimando você

A fala nos olhos, o silêncio na boca
O som do silêncio me deixando louca
Meu sentir se vê e fala mais alto que meu ser

Peça do meu quebra-cabeça,
Que lhe entrego num quadro pra que não me esqueça
Conto-lhe uma história,nossa história faz escola
Não me canso de te olhar, e eu já perdi a hora

Coloco nariz de palhaço
Te acalmo no auge do nosso cansaço
Te abraço, te beijo com esmero
Sincera devoção a ti, meu cuidado eterno

Entre paixões e amigos
Lhe estendo minha mão,meu ombro
Me disponho como seu abrigo
E lhe consolo dos amores perdidos

Sua lástima, seu grito me afeta
Seu carinho, seu brilho complementa
Sua dádiva, seu sorriso á minha porta
Seu amor,ingênuo amor, me conforta

domingo, 26 de dezembro de 2010

Harmônico

Uma baladinha gostosa de ouvir que até me cansou por ser um dos toques do meu celular. Simples e sincera. Estava enamorada e não sabia, descobri depois que compus. A primeira de uma série que só meu subconsciente entende qual a regra dela. Meu consciente acha que a regra é o amor. Mas isso é tão óbvio que ignoro.

E a única observação direta sobre a letra em si: "baixinho" é meu único modo de conversar quando amo. Acho um absurdo divulgar palavras pro vento quando "love is in the air"


Harmônico – Flávia Ellen

Quem de nós vai saber até onde a saudade chegará
Quem sabe até onde o amor
Deixar escurecer a noite que me leve pra longe de você

E de você eu sei que o de repente acontece
Pra você guardei o que é bem maior do que cabe em mim
Do que cabe em ti.

Sem aviso lhe causei leves arrepios, me estampei num olhar, num riso bobo
No seu rosto encontrei o silêncio do carinho ao qual me entreguei

Te entreguei de peito aberto meu afeto muito pouco acanhado
Me encontrei no dizer baixinho que lhe deu os abraços meus,
No amor dentro dos braços seus.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Eu

Essa música foi uma das minhas primeiras que eu considerei que prestava. No dia 9 de abril de 2006 eu a fiz com delicadeza, e a única coisa que consigo me lembrar é que ela teve uma inspiração no momento em que estava vivendo, mas não me lembro exatamente o que foi isso.

Uma balada muito gostosa e romântica (sim, por que não?). Lembro que meu professor de Literatura do 3º ano, o Carlos (que era um charme com sua voz de locutor), leu, olhou pra mim, se espantou um pouco,e riu com aquele sorriso lindo dele. Já tinha valido a pena.


Eu - Flávia Ellen

Eu não sei o que vai acontecer depois que você sair daqui
O que vou fazer
O arco-íris vai mudar de cor, eu não quero ver você partir
Eu não quero ver

E se a Lua despencar do céu
E se as palavras fossem deixadas ao léu

Refrão:

Eu vou seguir o melhor caminho pra te achar e me encontrar
Você me levou e não me devolveu
E vou tentar fazer com que tudo seja um pouco melhor
E com todas as letras te peço, me devolva o que é seu, eu

A chuva molha, a rua torta, na sua porta eu me perdi
Será que estou com você?
Fico a espera de uma resposta, da sua boca, quando vou te ver
Não sei o que dizer

E se o desejo de me arriscar
Fosse o ensejo de te achar

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Cicatriz

Ah, teu ingrato. Como podes fazer isto comigo? Não enxergas que teus rastros estão todos à tona mais uma vez por tua culpa?

Marcas que deixastes e que agora se exaltam, próximo ao período da simbólica renovação, sabem perfeitamente de onde vieram. De tu. De tua maldade e impiedade, de teu egoísmo e descaso. Não pensastes nunca que eu poderia tê-las na pele novamente? Pensastes que era demasiada forte para que as escondessem enquanto te furtavas em outro coração? Não, não tenho tanta fibra assim. A bem da verdade, sempre soube que quanto se tratava de ti, me deixava levar.

Há algum tempo teus rastros estavam cobertos, bem cuidados e imersos em uma outra realidade que não no meu consciente. Deixei que eles se revelassem apenas nos sonhos, território que tu ocupas sempre para o bem. Deixei o abandono, o inoportuno e o impossível apenas como lembranças no meu coração. Conformei-me com a ausência deles em prol de tua suposta bondade.

Mas não. Não poderias contentar-te apenas com a lembrança. Tinhas que te tornar presente para que eu não te esquecesse tão cedo, e desde logo, ausentar-te para vir apenas causar-me balbúrdia.

Ah, Amor. Depois de uma vida de dedicação, não sejas tão ousado de querer tirar-te de mim.


"Amor que nunca cicatriza
Ao menos ameniza a dor
Que a vida não amenizou
Que a vida a dor domina
Arrasa e arruína
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor
Acho que estou pedindo uma coisa normal
Felicidade é um bem natural
Uma, qualquer uma
Que pelo menos dure enquanto é carnaval
Apenas uma
Qualquer uma
Não faça bem
Mas que também não faça mal
Meu coração precisa
Ao menos ameniza a dor
Que a vida não amenizou
Que a vida dor domina
Arrasa e arruína
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor
Acho que estou pedindo uma coisa normal
Felicidade é um bem natural
Uma, qualquer uma
Que pelo menos dure enquanto é carnaval
Apenas uma
Qualquer uma
Não faça bem
Mas que também não faça mal..."
Cicatrizes (Paulo César Pinheiro/Miltinho)

sábado, 18 de dezembro de 2010

A Falta e o Grito

Essa música é estranha por causa do violão, que acompanha a melodia durante toda a música. Talvez eu não tenha sido muito feliz em fazê-lo assim, mas a maioria das pessoas que escutaram adoraram. Deixei assim. Essa é mais uma que não sei se será publicada, apesar de ter sido feita no dia 2 de abril de 2007, quando eu já tinha uma maturidade considerável. Foi feita para duas amigas, pra Lora e pra Morena (a mesma de A Cor da Pele) um pouco depois que elas viajaram pra Europa pra ficar alguns bons meses e pra me deixar morrendo de saudade e de amor. Duas grandes amigas Santantonianas que não vivo sem. E uma curiosidade boa: o verso "metade de minha metade" explica exatamente a parte que meus amigos ocupam no meu coração: metade da metade é deles, a outra metade da metade é da família. A outra metade é minha mesmo. Não é egoísmo, juro, mas dessa metade sou eu que tenho que cuidar.

A Falta e o Grito – Flávia Ellen


Um dia descobri: nem tudo é o que parece, que há aquelas que realmente merecem
O beijo de uma alma que não padece, que grita que ama e nunca esquece
Grito que perde o chão, mas não a postura, lamenta pela Falta
Medo meu que dorme à noite e acorda nesses versos gritando em voz alta

Por acaso não sei o sentido da vida, hei de descobrir um dia
Não é mais fácil nem mais difícil pra você, Falta, ou pra mim, Grito
O Grito grita pela Falta, mas nem a flauta pode ajudar
A dor de uma parte que foi e outra que ficou, o tempo espera passar

Me contradigo, espero, um Grito só, só pra você voltar
Vá com o vento às suas costas, mas volte pra me contar
Que o Sol brilhe em sua face, metade de minha metade
E mais um dia que se abre fica em uma frase: saudade

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

À Poeta

Uma música endereçada a uma grande amiga, dona de uma sensibilidade não só aparente e de palavras sempre muito preciosas. A poeta, de nome Alexandra Duarte, foi e é peça fundamental nesse meu início de carreira musical, e sempre compartilhamos as mesmas idéias sobre a sensibilidade humana, principalmente em Angra, onde nos conhecemos melhor e onde ela presenciou a composição da minha primeira música. A noite sempre nos foi especial, e nela somos mais produtivas. Por que? Estamos tentando descobrir até hoje.

A outra poeta a que se refere a música é Cecília Meireles, que dispensa qualquer apresentação. Na época, estávamos lendo Viagem e Vaga Música para o vestibular, livros nos quais ela se remetia bastante à efemeridade de tudo, e do vento.

Enfim, é uma música especial pra mim, um diálogo com alguém por quem sempre tive um carinho imenso. Do dia 18 de novembro de 2006.

Um beijo, Xanda.



À Poeta – Flávia Ellen

Um certo dia ouvi uma poeta falar
Que melhor que a noite para escrever não há
Da mesma amiga ouvi dizer
Que a noite transforma o jeito de ser

Mas agora a pergunta que não quer calar
Há uma ligação entre noite e inspiração?
E o que fazer se ela não vem?

Encolher-se num canto, esperar baixar o santo?
Deixar-se iludir, esperar a noite cair?
Pergunte à poeta, talvez tenha a resposta certa
Quem sabe ela não diga também o que fazer se ele não vem

De outra poeta ouvi dizer
Que o vento faz passar o tempo
Dela, quase nunca, ouvi ser declamado
Verso que me ajude a entendê-lo, o bem amado

Mas quando menos espero entra no quarto delicado
O vento ou o bem amado
Mais uma vez só me resta recorrer à poeta

Não sei se é o vento, ele, a noite que ilude, invade, seduz a verdade
Me diga o que fazer pra acabar com essa intriga
Fecho a janela, acendo a luz, finjo ser nada, quase nada
Pinto a parede, de fogo, nego a sede,só não fecho a porta pra ele

E o que fazer se a inspiração não vem?
E o que fazer se ele não vem?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A não ser que

Essa letra é sem dúvida uma das minhas preferidas. Pelo lirismo em que a história se desenvolve, pela intensidade que ela me transmite. Me lembro que não a escrevi para alguém especificamente, e o mais interessante é que sequer estava interessada em alguém. Não tinha motivo, inspiração, homem que me fizesse escrever algo assim. Mas como bem falei com uma amiga esses dias, a maioria das coisas que escrevo não vivi. E isso é ligeiramente intrigante, mas muito gostoso. Espero viver, claro.

A música é do dia 25 de setembro de 2006, e escrevi debaixo de uma chuva deliciosa, enquanto deveria estudar para o vestibular.



A não ser que – Flávia Ellen

Inclua-me em suas ambições
Deixe-me navegar nas suas embarcações
Por todos os mares desse mundo, desse mistério do seu corpo
E que seja tudo sério

E que meus passos me guiem à sua procura
Que seja um dom compartilharmos a mesma loucura
Mas se por obra do acaso eu me perder, eu vou parar, a não ser que...

Você me proponha uma fuga pra qualquer lugar
Em que não haja regras ou limites pra sonhar
Me envolva, me faça descobrir a essência do meu ser
Olhe-se no espelho e veja que detém esse poder

Que me pega e me leva pra longe daqui e ancora meu corpo sem me deixar cair

Mesmo que alguém escute o que dizem essas palavras
Só espero que elas atravessem minutos pelo nada

E que levem até você um sinal que indique a ausência de um final
Pra nós dois, se apresse, não deixe o desejo pra depois
Te espero na rua onde a Lua é sempre cheia
Anseio a vontade desse encontro que incendeia clichês, a não ser que...

Tudo tenha passado como um conto, a saudade encontra a mentira num certo ponto
Os sentidos sejam deixados em segundo plano, tudo acaba e apenas passam-se os anos
O estar toma lugar do ser no mundo, o caminho acaba num poço profundo, a não ser

Que você tome a frente e diga que nada foi em vão
Que fizemos por merecer o que vivemos, não foi ilusão
Que nada é eterno, sempre é tempo demais, mas entre nós não há nunca mais

domingo, 12 de dezembro de 2010

Objetos

A música é do dia 20 de março de 2007. Um samba, pra ser mais precisa, que gosto muito. Aliás, curto muito os sambas que faço. Curti mais ainda depois que meu personal violonist Claytin Neri fez um arranjo lindo de morrer pra ela.

Me lembro também que nesse samba fui claramente influenciada por um dos sambas da Marisa Monte. Fazê-lo foi basicamente doutrinar a frase: "Não quer, não enche"



Objetos – Flávia Ellen

Deixa estar do jeito que terminou
De repente, cadê o amor?
Me olha com os mesmos olhos sempre
E ainda nega algo mais envolvente
Procure outra cama e cobertor
E vá brincar com a sua dor

Não nego minha ira e descontentamento
Com a materialização dos sentimentos
Erro pouco discreto, disperso
Sonho muito secreto, objeto
Quem sabe alguém valorize sua paixão
De viver como se fosse um artesão

Refrão:

Se quer apenas fama e meu calor
Se pra você “sentir” não tem valor
Pegue uma coisa, o seu amor
E vá pra o... Seja onde for

Brinquei contigo, mas isso não quer dizer
Que é brinquedo o que faço valer
Amor e ódio amordaçados
Dom e tom dominados
Mal e bem mal-intencionados
Sim e não simplificados

Refrão

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Afago

O nome que duelou de perto com o nome do blog. Pra mim, uma das palavras mais lindas da língua portuguesa.

A música: não é porque é minha, mas acompanha toda a beleza do nome. Versos longos, do interior, assim como o ritmo, que se assemelha ao baião. Ritmo que não é muito acompanhado pelos acordes que deveriam. Acordes românticos aliados a um ritmo despojado. Essa é a música feita no dia 11 de julho de 2008, poucos dias após meu aniversário de 19 anos.

O único detalhe importante dessa canção, realmente importante, é a palavra "aviador", em homenagem ao meu irmão. Disso ele não sabe.

A música foi pra ninguém. Na verdade, foi uma ode ao amor. Qualquer amor. Pro seu, pro meu, pro dela, pro dele.



Afago - Flávia Ellen


Anoiteceu
Siga reto a curva turva, não aluda à voz aguda, vem pra perto, pro lado meu.
Desvaneceu
Aquela boca muda que desejava a prece que mais parece o arfante peito seu.
Do seu palpite, eu no limite, devaneio em C (dó)
Com cuidado opaco, o afeto fraco pode virar pó

Aconchegou
Junto a seu rosto, eu, seu oposto, bem a seu gosto,pra nunca lhe deixar
Alumiou
O meu caminho, fez do meu riso o mais preciso, voto conciso, lhe espero até voltar.
Vai aprender a não me esquecer só com esse nó
Fique à vontade, inteiro e não metade, não me deixe só

Refrão:

Fiz do seu ato,auto-retrato. Do seu auto,o maior fato
Deixo em seu prato timidamente meu olhar mais feliz
Aviador de toda cor, o esplendor de um sonhador
Ocupa, amor, bem envolvente, meu bem que me quis.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Desculpas

Desculpas no sentido de pretexto. Uma música que poderia parecer bem bobinha se tornou muito interessante quando o santo que baixou me faz fazê-la como bossa-nova. Muito gostosa de escutar, de cantar. E tem exatamente o mesmo destinatário da música Além de Você. Em algum momento da minha vida, alguém estava com uma moral altíssima comigo. Música que veio no dia 21 de abril de 2006, ano de vestibular que foi muito produtivo


Desculpas – Flávia Ellen

Não há mal algum em ficar sem ar se for por causa de um beijo
Não vejo nenhum problema em satisfazer um desejo, em quebrar o medo do mundo, do escuro
Pra que falar boa noite se podemos passar a noite inteira acordados procurando uma estrela maior
Se dizem por aí que o amor melhora o mundo, por que não ficarmos juntos por um mundo melhor

Por que não a gentileza em saber a música que você gosta de cor
Por que não as segundas intenções se elas forem boas
Dos males o menor,dos males o melhor

Se dizem por aí que é ruim ficar sozinho
Eu posso passar um bom tempo ao seu lado
Se dizem por aí que os erros são inevitáveis
Eu posso te ajudar a fazer algo bem errado

Se tem alguma coisa errada, que sejam as notas dessa canção
Se tem alguma porta aberta, que seja a do seu coração

Se for pra morrer, que seja de amor
Se for pra pintar, que não seja de uma cor
Se for pra chorar, que seja de alegria
Se for pra me amar, que seja todo dia
Que seja todo dia só eu e você

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Brinquedo de criança

Essa música é basicamente o retrato da minha infância e das infâncias que me rodearam. Uma melodia e violão delicados e expressivos. E uma curiosidade sobre o verso "salvou quem salva todos nós": quando menina, sempre acreditei que seria super-herói! E num belo dia, já moça, tive um sonho de que salvei um super-herói, não me lembro qual. Só lembro que quando acordei e vi que meu livro de cabeceira no momento era Dom Quixote, fez todo sentido.

Uma música logo após o Natal, do dia 27 de dezembro de 2006.


Brinquedo de Criança – Flávia Ellen


Olha o menino que vem e invade
A rua, de manhã, à tarde
E não sabe o que tem na mão
Espera o vento chegar e o tempo passar
Largou a bola de futebol, pegou a pipa
E colocou acima do Sol

Nem a menina que pasa cheia de graça
Desvia o olhar do menino ao infinito
Senhor de um sorriso que encanta
Brinquedo de criança

Corre o menino pro rio
Com seu barquinho de papel, faz virar um chapéu
Se junta ao seu super-herói
Espera o inimigo se levantar
Pois tem a honra e a arte de lutar
Salvou quem salva todos nós


Nem a senhora que grita da janela
Tira o menino do seu momento mais sublime
Senhor de um sorriso que encanta
Brinquedo de criança


Chega a noite, mas nem o monstro debaixo da cama
Atrapalha o sono de uma criança cansada de brincar
Espera o beijo de boa noite de quem mais a ama
E sincera aguarda e diz que falta uma história pra contar

Olha o menino que vem e invade
A rua, de manhã, à tarde
E não sabe o que tem na mão
Espera o vento chegar e o tempo passar
Largou a bola de futebol, pegou a pipa
E colocou-a acima do Sol

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Além de Você

Essa música considero meu divisor de águas. Antes dela, raríssimas músicas demonstram maturidade suficiente para serem publicadas. Depois dela, a grande maioria representa muito o que sou, apesar da mudança e evolução constantes da minha pessoa.

E sim, ela foi feita pra alguém que marcou época na minha vida. Um italiano. E sempre me perguntavam, e eu dizia que não. Mas o inconsciente, que é a parte compositora sensível da minha cabeça, sabe que foi pra ele. Ele também sabe.

Uma música de meados de 2006 que se tornou minha música de trabalho. E a música que me deu a felicidade de ver um grupo de pessoas cantando-a em um dos shows feitos no colégio. É a música famosinha, entendeu?


Além de Você - Flávia Ellen

Todo dia a mesma coisa, tudo pouco original
Novidade vem e vai, e no fim é tudo igual
Nenhum dia do avesso, natural eu tento ser
Eu cresci, tudo mudou, eu não tenho mais poder.

Não quero mentiras, não quero mais nada
Não quero ter que acordar toda madrugada
Por causa de brigas que nunca têm fim
Só queria abrir os olhos com você perto de mim.

(Refrão)

No final de tudo isso, já não agüento mais
Me pega, me leva daqui, não volte atrás
Me carrega pra bem longe, onde os outros não possam me ver
E que todo dia de manhã, não veja ninguém, além de você.

Ainda espero um momento em que tudo possa mudar
Talvez uma outra estrada, ainda espero você chegar
Cansei de juntar meus pedaços ao final de cada dia
Cansei de não ter coragem, de ser a própria covardia

É difícil quando se tem a intenção de ajudar
E em troca receber o desprezo de um olhar
O jeito é seguir em frente, tentar fazer o certo
E isso fica mais difícil sem você por perto.

É ruim ter a impressão de fazer sempre tudo errado
Espero que tudo dê certo, com você do meu lado
Uma vida nova, um mundo novo, um dia diferente
Não é só uma idéia, era o que eu tinha em mente.

(Refrão)

No final de tudo isso já não agüento mais
Me leva, me tira daqui, não olhe pra trás
Me carrega pra bem longe, onde os outros não possam me ver
E que todo dia de manhã não veja ninguém
Além de você.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Talking about something

Essa foi a primeira música que aventurei a escrever em inglês. Na época, não me recordo se pedi ao grande professor Élcio do colégio para que revisasse, mas já fica o aviso de que pode conter erros. Era uma época em que eu ouvia muito pop internacional, e acabou impregnando. Foi uma boa experiência, mas que não deverá se repetir daqui pra frente. Se não me engano, ela é do início de 2006. Além dela, tem mais 3 em inglês.

Talking about something

Will you do anything tonight
Anything that will not let me down
Do you have anything in mind
I think we should go around

And when I´m on these dark days
I really need you by my side
Please stay along my way
I´m asking you for one more time

CHORUS:

With all my songs and dreams
With all your feelings and your things
Just say what you wanna say
I think we could run away
I don´t know nothing about love
I guess you can teach me
I just know 1 and 1 make 2
I´m still not ready for you

I stayed the whole day alone
Do you know I´m afraid of dark
I have feelings, I´m not made of stone
When will everything start
Please tell me what this means
When you go away and suddenly disappear
The world is not paint of blue
You must find anything to do

Repeat Chorus

Do you believe in destiny
And if you argue with me
And if you stay forever lonely

sábado, 4 de dezembro de 2010

A Cor da Pele

Essa música posso descrevê-la como delicada. Estava no 3º ano, véspera do dia dos namorados, algo que causou desconforto até pela situação porque ela disse na frente do próprio namorado que nunca tinha ganho nada tão fantástico como presente. Roubei a cena, mas sem querer, não tinha prestado atenção nisso!

Fiz pra uma das minhas grandes amigas (até hoje inclusive), dona Alice Lika, que carinhosamente pra mim sempre foi "Morena", e por isso o título da música. Uma amiga completamente sensível, meiga, que chora com filme de desenho animado, e que me ensinou bastante. A música fala um pouco de como eu era, fechada, e foi apenas um agrado bem dado. Um beijo, querida. Love U.



A Cor da Pele - 11/06/06

Quando eu toco, você tem um olhar sincero
Quando eu noto, só quero ter você por perto
Se eu te amo, eu nunca falo
Se você não pergunta, eu não me abro

Quando eu ganho, você que merece
Sem o seu apoio nada acontece
Se você some, eu saio pelo mundo
Mas se você chora, não posso chorar junto...

Refrão:

Esse seu jeito, a cor da pele
Com esse seu rosto não há quem negue
Um sorriso, um abraço, o que é que eu faço
Não me olhe assim, eu quase caio
Os seus defeitos, a gente esquece
Eu te ajudo se você não consegue
Não se preocupe se tem algo de errado
Conta comigo pra sempre do seu lado

Se quer fazer tudo do seu jeito
Eu te alerto, mas não nego, eu te respeito
E de algum jeito até suporto os seus vícios
Eu conto até dez desde o início

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Por Esquecimento

Essa música tem uma história muito interessante. No meu Palco MP3, algo semelhante ao My Space, um certo letrista, de nome Flávio Patrocínio do estado de Goiás, fez contato comigo elogiando uma das minhas músicas e deixou o site dele com várias letras para que eu musicasse a que quisesse. Pois bem.

Simples, direta e intensa. Essa letra me descreve, e eu me apaixonei por ela a ponto de me empenhar em fazer algo sutil, porém denso.

Assim ela se fez. Flávio foi meu segundo parceiro musical, falei com ele primeiramente por email pedindo permissão. Quando a música ficou pronta, enviei a ele. No dia seguinte, ele me ligou. Dava pra ver a felicidade que ele tinha ficado, mas mal sabia ele que minha felicidade era tão grande quanto a dele.

Espero que gostem. A música é do dia 8 de abril de 2007.




Por Esquecimento – Flávia Ellen & Flávio Patrocínio


Por esquecimento
Deixas comigo
Teu corpo no meu

Descuidada que és
Levas contigo
Meu corpo no teu

Então não sei
Se o teu se entregou
Ou se o meu se deu

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sinceras palavras

Essa música foi a primeiríssima. Foi sim um desabafo, feita para minhas duas melhores amigas na época. Nós havíamos rompido relações por causa de um mal entendido que nunca compreendi direito e infelizmente permanecemos assim até hoje. Claro que com o crescimento pessoal convivemos normalmente, mas deixaram de ser amigas, apesar de que o carinho que tenho por elas não mudou.

Ainda não penso em gravá-la, até pela imaturidade que ela apresenta. A música é de outubro de 2004, eu tinha frescos 15 anos.



1. Sinceras Palavras – Flávia Ellen ?/10/04


Quando te vejo me desespero
Não dá mais, essa situação tem que se resolver
Cada dia que passa sinto você mais distante
Sinto que estou te perdendo, mas não sei o que fazer

Acho que não tem mais volta
Talvez tenha, mas não sei qual

E deixo meu orgulho de lado para te dizer
Com as mais sinceras palavras
Sinto muito, não era minha intenção te fazer sofrer
E se um dia o pesadelo acabasse
Faltaria apenas te prometer
Que os meus erros, seus erros, eu iria esquecer


Me aventurei por você a ponto de não me arrepender
Se voltasse no tempo não mudaria nada
É a minha obrigação, é o meu jeito de ser
Foi tudo tão perfeito, mas é melhor esquecer

Acho que não tem mais volta
Talvez tenha, mas não sei qual

E deixo meu orgulho de lado para te dizer
Com as mais sinceras palavras
Sinto muito, não era minha intenção te fazer sofrer
E se um dia o pesadelo acabasse
Faltaria apenas te prometer
Que os meus erros, seus erros, eu iria esquecer

E deixo meu orgulho de lado para te dizer
Com as mais sinceras palavras
Sinto muito, não era minha intenção te fazer sofrer
Eu ficaria tão feliz
Se um dia você viesse me dizer
Que também está disposto a me entender

Promessa é dívida

Meus caros amigos leitores...

Promessa é dívida e eu havia comentado com alguns de vocês que passaria a publicar minhas letras, algumas já conhecidas, outras sequer imaginadas. Uma por dia é mais do que suficiente.

Espero que gostem, se não gostarem critiquem negativamente, tais críticas são muito bem vindas.

Em cada música contarei alguma curiosidade, talvez aquilo que a tenha inspirado, coisas sutis.

Beijo grande!