domingo, 31 de maio de 2009

Começo do meio

Já era tarde. O relógio marcava pouco mais de duas horas. O dia era quente, e a noite seria fria - o outono nunca falha. Sabia que sua presença tiraria todo o meu cansaço e eventual monotonia que pudesse estar sentindo. Sabia que esquecer tudo era questão de tempo, e que a calma me viria paulatinamente. Sabia de tudo isso, menos do que estava por vir.

Esperei um tempo pela predominância de um diálogo que não veio. Esperei pelas suas palvras e encontrei seu silêncio. Já não podia esperar mais. E me conformei.

Passei a sentir conforto no seu silêncio. Passe a admirar cada linha do seu rosto, cada traço dos seus lábios e o diferente brilho dos olhos seus. Te reaprava em minúcias durante longos segundos. Te tocava pra sentir o que meus olhos abstraíam, e como tudo seu, era suave. Perdi o fôlego.

Até o momento, tudo nos conformes postos por você. Mas sem que eu percebesse, meus olhos alternavam entre os seus e sua boca, incessantemente. E por permanecerem assim sem que os tivesse sob controle, me vinha milhares de reações igualmente incontroláveis. Até que todas elas se uniram pra falar.

Num suspiro; em várias lágrimas.
Do meu amor por você.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

S.

Estava no fundo do armário,dentro de uma daquelas caixinhas que guardam de tudo um pouco.

Tinha formato de bilhete,o tamanho de um aviso,e a intensidade de uma carta.Pena que não tinha quase nada escrito,e pena maior que era escrito.Pois aquela palavra soando no ouvido tem um poder egocêntrico inimaginável.E talvez,pensando bem,melhor assim...
A vaidade nem sempre vem para o bem.

E só a título de curiosidade sobre meu pensamento,uma palavra de três letras não deveria ter tanto peso,porém ao longo dos anos aprendi que é exatamente a falta de peso delas que dá a maior importância.Haja visto o "não", "sim", "mas"...

Enfim.
É tiro e queda a palavra.
É ler e morrer.

Seu.Ou simplesmente, S.

sábado, 9 de maio de 2009

Afetuosamente

Querida,

nem em meus pensamentos oníricos conseguiria descrever o que faz comigo. Nem que inventasse palavras. O que e faz sentir não se descreve. Me faz o inacreditável. Ou apenas faz. Da melhor forma.

Poderia tentar explicar meu tamanho deslumbramento por ti através da minha paixão. Mas cometeria o pior dos erros. O que sinto é por inteiro racional. Minha paixão faz total sentido e tem toda a razão. Você me fez alguém completamente apaixonado, ainda que isso não se explique nem explique nada. Essa veemência, como você pode ver, tem e não tem os pés no chão, mas ainda que nada faça sentido, sei que entende o meu. E isso me basta.

Após parágrafo tão complicado - meus sentimentos racionais e sensíveis vieram à tona ao mesmo tempo incontrolavelmente - só me resta dizer claramente a única coisa que importa: sim,eu te amo, e só você me faz sentir o indescritível.

Sempre seu,

A.P.