segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Buraco

Tem dias que podiam simplesmente passarem...
Despercebidos,eu com meus olhos fechados,que só se abririam no dia seguinte.
E no novo dia de Sol,eu acordaria dizendo: "não passou de um sonho ruim"

Até amanhã...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Primavera arfante

Comecei apreciando o que não conhecia.Apreciava até as tormentas.Entrava em contato aos pouquinhos,e queria cada coisa no seu tempo.Andava calmamente por entre folhas e flores,e como já dito,olhava nuvens e ondas.Sentia o peito tranquilo,sem pressa...imaginando "como nasceram as estrelas".

Nada era enigmático.Tudo acontecia no ciclo natural,seguindo seja quantas forem as estações.Minhas ou não.Suas ou não.Não havia dia que não tivesse sua graça.Mas não me orgulho só da beleza.Não me orgulho só das flores.O orgulho está posto nos meus olhos,e os meus olhinhos brilham de orgulho.Desde você.

Sem invenção de qualquer natureza,o delicado era consequência da estação e dos fatos.Por si só,era tudo um charme,um encanto.Eu bem que sabia que por mais que falassem do seu fim e do seu caráter fugaz,eu o tinha como eterno e essencial.E ainda que fosse eterno,a saudade era constante.

Cada momento que nos aproximava nessa primavera arfante não fazia nada mais do que o próprio nome diz.

Diz que o coração dispara.O cheiro de primavera é estonteante.


“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente.” C.L.

sábado, 18 de outubro de 2008

Ávido

Eu já soube esperar um dia.

Já me sentei num banco pra ver a nuvem destampar o Sol,já contei as ondas que se desmanchavam na areia durante longas horas.Sabia o que era ver o tempo passar no seu tempo,sem pressa.Ter paciência sempre foi uma característica.

Se falar que o tempo passa e as pessoas mudam,não estaria mentindo.Seria até clichê.Mas o fato é que esperar já não é mais urgente.É o contrário.Não consigo pensar no fato de ver passando segundo por segundo.Queria ver saltos de tempo.Queria ver dois minutos em um.

Ainda que não pareça eu desejando a falta do tempo.Meu inconsciente sabe muito mais do que eu imaginava.Ele não quer esperar.Não quer ser paciente.

Só quer saber quando vou ter você de novo.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Vulgar

Ainda que a casa esteja vazia sem os seus cuidados.

O corredor sempre à meia luz acabava na porta do seu quarto.As quatro paredes mentiam sua presença e exalavam seu perfume.As janelas abertas deixavam tudo muito altivo,mas não mudavam meu inquieto semblante.Era algo de ordinário no meio de toda essa beleza abstrata.

A mudez do meu soluço atestava o silêncio.A nudez do absoluto.Aos olhos de muitos seria encanto,aos meus caía feito mistério,e aos seus simplesmente não caía.Não era nada demais.Insignificância de momento passado.

Talvez até mesmo eu não devesse me recordar de cada detalhe,de cada "surrealidade".De cada canto.De cada sentimento.Só não sei se sou capaz a ponto de esquecer,de esquecer como se descreve.

(...)

Há algum tempo,eu me deixava cair no seu abraço...