segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Silencio.

Sempre sobra saudade,chocolates e paixão.
Sempre sobra silêncio e carinho.

(...)

Eu te amo,bem baixinho.

(...)

Ponto.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Completamente

Bem sabia que chegaria a hora em que as palavras minhas sumiriam como some brisa em vento.No meio de tantas frases e versos não restariam sequer interjeições.Não!Era previsível,mas não se esperou sequer o tempo que dura um tempo bom.Nem um suspiro de tempo.

Mas tudo bem.Meu amor modesto se acostumaria muito bem com o silêncio.Afinal as juras passam a não fazer mais sentido quando realizadas.Esse amor nada fugaz,nas últimas palavras,disse que jura ser ele enquanto durar.Afago.E é.Disse que enquanto meu bem-querer dormir,ele dorme também.E volta quando ele voltar.Volta sempre que quiser.Na verdade,nunca se vai.Sempre aqui.

O silêncio duraria quanto tempo quisesse.Quanto tempo você quisesse,porque o meu raramente se dava,mas também não falava sozinho por aí.À medida que você quis,fez-se o meu.Por mais que falasse,a repetição funcionava como nada.Já não faria tanto efeito.E eu sempre gostei de efeitos.E de tanto perder a noção da hora,creio que os efeitos agora eram silenciosos.Creio que o silêncio seria normal desde então.

Não esperava perdê-lo,apesar dos olhares que nunca se perdem.Não esperava não tê-lo,apesar das mãos que sempre se têm.Não esperava,porque nos acostumamos a um amor calado.Você até que se segurou bem,mas quebrar o silêncio era inevitável.Quebrou não querendo quebrar.Sussurou.De tantas palavras que tinha escrito,você se ateve ao resumo de todas elas,e usou duas.

Nem precisava.Nunca precisaria.Apaixonada.

"O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio..."

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Curta

Um dia frio.Seria.
Vento gelado e costumeiro em pleno belo horizonte.
Devia haver um horizonte atrás do que me prendia.
Eu não percebi nada além da minha frente.
Meus olhos se ocupavam de um calor.
De outros olhos.
Do meu amor.
Do meu calor fora de si.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Resumo

Vi
Desconheci
Encontrei
Reparei
Esperei...

Conversei
Sorri
Duvidei
Reconheci
Encantei!

Contei
Escrevi
Cantei
Abracei
Apaixonei.

Toquei
Conheci
Precisei
Apertei
Declarei

Entreguei.

Pra sempre,ficarei.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Induzindo...

Já ganhei carinhos e risos.
Não pediria,mas adoraria se você quisesse me dar palavras.
Esperaria o tempo que fosse preciso.
Só pra ouvir você dizer o que me dizem seus olhos.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Cor

O vermelho dos costumeiros e desconcertantes elogios eu não quero mais.Estou em um momento de não querer.De não querer você.De tentar me convencer que não quero.De saber que quero e muito.De querer não poder.E posso.

Quero a distância do tamanho de qualquer imenso azul que você possa imaginar.Não por capricho,não por querer.Preciso.Preciso desligar qualquer sentido meu em você,qualquer coisa que me faz sentir o que você sente,qualquer coisa que me faz saber que a nossa incompreensão é o único sentido em nós.

Saber do amor branco que me devota me deixa assustadoramente bem.E é por isso que meu desejo de apagar todas as luzes e deixar tudo intacto é imenso.Deixe que o negro ocupe-se de tudo.Do passado,do presente,e do futuro que não está por vir.Deixe a luz de todos os lugares de onde lhe amei apagada.Negue o fogo que eu o negarei.Deixe o escuro da noite reinar.

Abstraia qualquer um desses lampejos.Até mesmo nenhum.Sobre seu poder tomo a liberdade de ser livre de você em mim,de pedir-lhe para me deixar ser.Você me ensinou a leveza.

Prometo me desvencilhar rápida e delicadamente,sem vestígio.
Pelo pouco tempo que consigo.
Me deixa esquecer o mais bonito dos verdes.
Me deixa fechar seus olhos pra mim.

"Pois tudo o que se sabe do amor é que ele gosta muito de mudar..."


"Perdoa, meu amor, perdoa
Perdoa se me tens amor..."

sábado, 13 de setembro de 2008

Sincero

Não faz assim
Não diga que me ama e que sente muita saudade.
Não diga que sente falta do meu corpo, da minha cor.
Não diga que eu lhe faço falta demais.

Não diga que só minhas mãos não tão delicadas sabem lhe tocar.
Não diga que meu afeto é o único que lhe afeta.
Não diga que tenho poder sobre você.
Não diga que você é minha.
Porque tudo isso aguça e muito a minha vaidade.

Tantas palavras só servem para divulgar. Do meu carinho para o seu. Faz-se saber...

Que eu te amo e sinto muita saudade. Muito mesmo.
Que sinto falta do seu corpo. Dele inteiro, delicado e nu.
Que você me faz falta demais. Sobra em mim.

Que só suas mão sabem me tocar, provocando arrepios com essas unhas vermelhas e afiadas.
Que o seu afeto não só me afeta, como consome completamente.
Que você não tem noção do imenso poder que tem sobre mim. Mais do que tenho.
Consuma-se o fato de que sou inteiramente seu.

Eu sempre lhe achei muito vaidosa.


Artur Peixoto

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Tenha dó

Velhos e conhecidos ditos populares."Faça apenas o que o coração manda"."Siga o seu coração".Conhece aquele jogo de cartas? Pois então.Desconfio.

São ditos que não me descem muito bem. Claro que tem lá a sua hora, seu lugar e sua pessoa.Mas o coração é um trem muito doido,entendeu?Vê lá se eu vou fechar meus olhos e seguir em frente,numa boa,tudo azul...o pobre vermelhinho já é cego,e fica querendo companhia ainda.Egoísta...Já tem vida própria e nos quer inteiramente entregues.

Por falar em vida própria...ô trem que dá problema viu.É só descuidar um pouquinho que ele passa a mandar e desmandar no seu corpo inteiro, começa a bater forte,dispara.Até um suspiro sai sem querer, um sorriso acanhado. Resumindo,o vermelhinho é um perigo.

E descobri que o meu é muito perigoso,muito mesmo.Não,não é aquela mania de achar que tudo que nos é próprio é mais...Mas é a relidade.Um perigo.Se encanta fácil demais,adora ser recíproco,simples.Gosta de bater no ritmo dos de outros.Bate conforme a música.Fica lento,espera...acelera e nunca se apressa.Esconde bem o que realmente sente: se apaixona,adota o romantismo,tudo no mais lindo mistério e leve arrepio.

E é por tudo isso que eu não posso deixar ele tomar o controle de tudo.Não deixo mesmo.Mandar é para os poucos que têm poder.Ele tem,bastante,confesso.Mas nada que incomode essa cabeça pensante aqui.

"Meu coração vagabundo quer guardar o mundo em mim".Bem disse Caetano.
Se deixar, guarda mesmo.
Mas eu passaria a ser digna de poesia.
Romântica.
Será?

domingo, 7 de setembro de 2008

E o que for já é

Eu postaria algo com esse nome,juro.Mas já existe coisa pronta.Perfeitamente condizente.Pra quê gastar,né?Pedro Morais pra vocês.


Basta você querer que eu sou
O que você quiser
Mas só se você me der, amor
E o que for já é

Basta saber que o meu andor
É teu calor em mim
Mas só de você me dar, mulher
Sou teu até o fim

Aconteça o que acontecer
Tudo é o que parece ser
Nada ficará de nossa paisagem
Marte nos fará seguir
Vênus sempre há de existir
Onde tudo começou

Me ame até cair, correr
Se machucar, rolar pelo chão
Te amo até me embriagar
Me sufocar, descer da razão
Faça-me o teu barato
O teu brinquedo, o teu animal
Rasgo teu vestido, juro em teu ouvido
Ser teu perdão...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Mal acostumado

Conhecia cada olhar naquelas manhãs de inverno,cada toque que você imaginava longe de mim.Andava longe de qualquer coisa de nome realidade,qualquer coisa de concreto.Acolhido em algo de nome você.Costume de ter pra mim.Costume da posse.Esse é quem eu sou.Isso é o que você fez de mim.

Apaixonado.Poder de abaixar a guarda de um homem você tem de sobra.Você só não descobriu isso antes porque mistério e simplicidade andam lado a lado.Sabia dos seus prazeres,das suas fraquezas,dos seus gostos.Talvez a leveza esteja em tudo isso.Desarmados.Sinto falta.Muita.E digo com a mesma cara que sempre te admirei.Lavada.Sem vergonha.

Sutilmente os dias passavam e com eles você passou.Poucos se importariam,os dias passam muito rápido atualmente.Eu me importo.Cada dia é um costume.E eu me acostumando com a sobra dessa falta.Procurando por situações que preencham o que fica vago.E substituir?Isso nunca.Esse pedaço todo aqui é seu.

Aterrorizante,e de repente fiquei mal acostumado.

"Healing Over..."

E se não for pedir muito,um dia desses qualquer..."Come over here,lady.."

Artur Peixoto

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Equilíbrio delicado

Poderia criar quantas linhas quisesse para seguir. Criatividade, vontade e livre-arbítrio nunca me faltaram. Ah... linhas tortas, claro. Aquela coisa de seguir reto não é coisa pra mim. Sou um tanto errante. Me inclino ora prum lado, ora pro outro, e sempre dentro do que sempre fui. E sou. Acho que sou. É, enfim, não sei. Dentro de mim, portanto.

O fato é que meu caminho me leva para tantas ocasiões que eu poderia me perder em alguma curva por aí. Mas descobri que meus abismos são todos bem cuidados, tampados, protegidos. Tem sempre um caminho cruzando o meu que me desvia desses abismos e me coloca numa deliciosa encruzilhada. E lá vou eu seguindo o meu caminho. Eu e meu forte equilíbrio, meu equilíbrio forte e eu.

Forte... palavra bonita pra se ter no caminho. Eu no meu olhava muito para os lados, mas não percebia que tinha uma outra linha tão próxima, tão parecida, tão presente, e nunca notada. Nunca até agora. Uma linha engraçada. Parecia que era reflexo da minha, ou vice-versa. Parecia que tinha um espelho entre nossas linhas. Olhava-se para trás e notava-se a semelhança em cada passo, em cada fase. Tinha um rabisco ali na direita, uma falha nos poucos buracos...estranho, intrigante. Uma delícia de mistério.

E foi só erguer a cabeça e me dar de frente com a dona da linha.

Meu equilíbrio forte achou conforto em um tão forte quanto. Foi rindo, rindo, rindo... fraco não ficou.

Ficou delicado. Se apaixonou.

Encontro de raros.

*Nina,do lado meio esquerdo do peito.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Pessoal

Discernimento não lhe faltava. Pensar havia se tornado um hobby, uma preocupação, um aborrecimento e uma necessidade. Pensar era tudo quando não devia ser nada. Gastou.


As noites caíam como dia naqueles olhos que não se fechavam. Lua e Sol não faziam diferença, e pareciam metades de um todo sem sentido. Ela se alegrava, se fechava, se irritava. A cama poderia ser algo que não o palco de sua solidão. Era só uma questão de preferência, mas parece que ela não se importava com outros anseios. Estagnou.


Quando o corpo anunciava os efeitos de sua incessante ação, percebeu que havia possibilidades para tudo cogitado. Soluções vindas de todos os possíveis cantos de sua existência – cabeça e coração obviamente opostos – poderiam ocupá-la por tantas outras noites quanto quisesse. Parou.


Queria mais folia no seu quarto. E só. Adormeceu.