quarta-feira, 30 de julho de 2008

Arranjo desarranjado

Um apelo vago,um mudo soluço,uma audácia contida.
Um artifício mal sucedido,uma fala falida.
Uma prece esquecida.

De um ordinário e solitário, o artefato saía como se nunca tivesse sido esquecido.Mas ela esqueceu que não podia ser artefato seus atos.Ela se esqueceu de vir,ignorou as borboletas e não quer dar as caras tão cedo.Nunca timida,há algo que a impede e que eu não sei o que é.

É um mistério.E já não a vejo há um longo tempo.Caminhos inteiros já se fizeram e passaram sem que ela desse sequer um "oi",sem que deixasse algum vestígio.Não que tenha algo fora do lugar,mas parece que anda tudo muito desarrumado.Estou começando a aceitar que estou desconcertada com sua falta.

Por onde será que anda a minha paixão?

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Diz que é ela

Ela é assim...
assimmmmm...tendeu?
Ela fala,ama,escreve,chora.É mulher demais,sabe moço?Mulher dessas de tirá o chapéu!De pará os carro.
Ela é um charme,ela é um doce,ela é um riso,dois,três.Ela é toda sorriso.Um riso gostoso que só vendo.E ouvindo.
Ela é um encaaaaaanto de pessoa.
Quem é ela?Diz que é ela,moço.Ela sabe que é ela.
E eu?
Eu,encantada...

domingo, 27 de julho de 2008

É

Reparei que você repara.

Descobri que você descobriu o que não era pra ser descoberto.

Encontrei seu olhar no desencontro dos nossos corpos,no encontro dos nossos olhos fechados.

Senti que você sentiu um arrepio,e arrepiei com seu sentido.

Voltei de onde vinha,via sua volta como uma revolta.

Acordei com seu toque que tocava meu afeto recordado.

Separei o que nos separava e os separados corpos se repararam.

E assim são nossos dias.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

As duas


Aos meus olhos,três dedos as separavam.Era início de noite e só elas ocupavam o imenso negro azul.Era também um início da completude.

Elas brilhavam juntas como se nunca tivessem brilhado antes.Talvez elas sonhassem em um dia se tocarem,mas era um pouco inesperado.

Eu simplesmente estava obcecada com elas.Meus olhos as procuravam,não importava o movimento que me ocorria.Ás vezes sem graça de tanta obsessão,desviava o olhar pra outros seres brilhantes.Via o sorriso do menino pra menina,via o riso aberto de um palhaço no meio do jogo de luzes.Via a roda gigante.E as via novamente,sem querer querendo.

Uma branquinha,a outra amarela.Uma pequenina,a outra enorme.

Conforme as horas passavam,e os meus passos andavam,tornavam-se mais parecidas.E quando menos esperava,um desnível.Exatamente aquela que tinha brilho
próprio acabou por sumir em meio a tantas luzes que a ofuscava.Procurava-a sem sucesso.Não percebia o mais simples.

A estrela pequenina e branquinha havia tocado a Lua grande e amarela.Subiram pro lugar mais alto.Mais bonito.Eu adoro rodas-gigantes.E agora era apenas a Lua branquinha.

domingo, 13 de julho de 2008

Mistério.

Palavras supérfluas.Gestos contidos.Afeto oculto.

Um olhar pode dizer muito mais do que aparenta.Pode não ser nada.
Um sorriso pode ser tudo,principalmente o desprezo.
O toque pode ser frio.E ter desejo.
A fala pode ser até desprezível.Aqui será.

Fazer é tudo.

Alaridos não são bem vindos.

No máximo,um "Vem!"

sábado, 12 de julho de 2008

Descontrole

Loucura.
Devaneio.
Anseio.
Ternura.
Desejo.
Lampejo.
Fraqueza.
Destreza.
Miragem.
Oculta.
Selvagem.
Culpa.
Metade.
Orgulho.
Maldade.
Julho.
Acordada subitamente por um sentimento latente,por lembranças esquecidas,por tristes alegrias.Em pleno 7,logo eu,tão segura e certa de mim,frente a frente com a incerteza do meu sentir,com a incerteza da minha certeza.Logo eu,tão passível de erros.


A gentileza querendo se esconder no armário,o juízo querendo sair dele;a produtividade com sono e um desânimo enérgico.Me encontro,me perco.Já nem sei o que dizer...


Saudade.Amor.Minhas.Meus.Tristeza.Descontrole.


É quase inadmissível.Mas se existe um eixo em cada um,estou fora do meu.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Talvez...

Peço licença pra meus queridos leitores,mas postarei um texto antigo,diferente do que costumo fazer,mas eu estava muito afim de notar as diferenças que ocorreram de um ano pra cá.

...

Talvez haja fortes e fracos, pobres fortificados
Talvez não
Talvez um dia o dia adie a lua da meia-noite
Talvez não
Talvez perceba os que passam despercebidos
Talvez não
Talvez a vida valha a pena ser vivida, e não passada
Talvez não
Talvez o real seja a mentira e minto sobre a realidade
Talvez não
Talvez deva esperar por um conto de fadas no qual fadas não contam
Talvez não
Talvez haja desespero dentre os espelhos, e espero os desesperados
Talvez não
Talvez a implicância implique em gostar, ou mesmo só em implicar
Talvez não
Talvez nós compliquemos situações simples, pouco complicadas
Talvez não
Talvez me orgulhe de não te deixar e deixo meu orgulho de lado
Talvez não
Talvez fique quieta sem mexer em nada, mas mexa com você
Talvez não
Talvez tudo corra bem e eu volte a correr pra sua direção
Talvez não
Talvez a liberdade lhe traia e a traição lhe faça livre
Talvez não
Talvez a culpa dos culpados ocupe o seu lado
Talvez não
Talvez sua coragem encoraje meu instinto
Talvez não
Talvez me acostume com seus costumes
Talvez não
Talvez faça sentido o que aqui foi escrito
Talvez não
Talvez ainda te ame
Talvez.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Indiferente

  • Era um dia de inverno como outro qualquer.

  • Seus pés estavam gelados,suas mãos aquecidas.Seus lábios quentes tremiam na falta de palavra e de atitude.Ele estava só.Escornado num canto qualquer da casa,sua imagem depreciava-se no espelho à sua frente,refletindo muito mais que sua imagem.Ele era a reflexão da desilusão,do desgosto,da agonia da solidão.Havia simplesmente tudo a se fazer por ele.Porque eu não faria nada.

  • Estávamos juntos,finalmente,depois de longos anos sem nos ver.Queríamos e precisávamos nos ver.Nos ter.Imaginando uma descrição fiel aos fatos,digo que a discussão seria a última coisa que aconteceria dentre as indesejadas.Feito foto,ele não se movia.Me olhava firmemente com seus belos olhos azuis.Trazia consigo a roupa do corpo apenas.Respirou,moveu-se e aproximou-se.Pude sentir o calor de sempre.A centímetros da minha face,sua boca vermelha de sangue,completamente desenhada.Pude sentí-la ardendo quando ela tocou meu rosto após hesitar tocar a minha.Suspirou algumas palavras,susurrou outros suspiros.Aquele silêncio inteiramente compreensível sempre foi uma marca de nós dois.Um afeto solto no ar suspirava sussurrando versos,ás vezes palavras.Os olhares repudiados desejavam-se.Entre telefonemas e fotografias,as últimas eram preferidas.Poucos dizeres atrás do retrato só pra situar.Palavras nunca foram fortes.

  • Incrivelmente ele começou a falar.Explicava a ausência inesperada por tantos anos.Explicava a mudança para esse hábito um tanto quanto frenético.Explicava-se e só fazia isso.Algo não estava muito coerente.Não havia pedido por isso,nunca pedi explicações,e me vinha ele com tantas frases.Eu não me acostumei com frases pesadas e períodos grandes,sem sequer uma respiração,uma vírgula,um ponto final.Aliás,essa palavra - final - foi mencionada frequentemente.Havia sim algo oculto.

  • Ele não disse com palavras concretas,mas a disposição do seu corpo já não era pro meu.Ele queria algo volúvel,desinteressado talvez,abstrato.Não me encaixei em nenhum dos novos pré-requisitos.Talvez devesse virar as costas e simplesmente partir,como se ele não tivesse aparecido.Mas como se não bastasse a rejeição,ele aludiu a um nome familiar,e na mesma hora percebi todo o platonismo que o tomou.Ele mal sabia que ela tinha um segredo,que ela tinha um segredo que só eu guardo.Que só eu guardarei sempre.Que era meu,que era meu.Ele deixava uma exclamação por uma dúvida,ao que tudo indicava.Era sem dúvida o ponto final.

  • Parti com o pôr-do-sol...andei um pouco pelas ruas vazias de um bairro residencial,em pleno sábado a noite.Era quase meia-noite quando cheguei em casa.E subitamente caiu uma única lágrima do meu rosto.E que certamente sabia que não era por ele,e sim por ela.Era uma lágrima de consolo.Adormeci até um silvo me despertar.Já que não houveram fotografias,o telefonema era de se esperar.Ele disse pouco,como de costume antigo,e se arrependera.O platonismo tinha sido derrubado após uma longa conversa com ela.Ela era racional demais para o romantismo dele...Ela era romântica demais pro meu gosto.Escutei-o com paciência.Era tarde demais para ser cedo novamente.

  • Mas era um dia de inverno como outro qualquer.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Felicidade

De todas as flores que podem ser entregues,de todos os chocolates que podem ser degustados,de todos os ursinhos que podem ser apertados...simbólicos objetos,lindos,motivos de apreciação.

Porém,no dia em que a felicidade pessoal se intensifica por mais um ano completo,por mais sonhos realizados,o melhor presente que eu poderia ganhar me foi dado ao nascer e ao longo de toda essa minha mocidade:aqueles que me amaram desde o primeiro inspiro,que me criaram,que me educaram,que me viram crescer.Aqueles que crescem comigo,que me apóiam,que me iludem e que sonham comigo.Os meus personagens,as minhas criações.A minha vontade de viver,de fazer e ver acontecer,de saber explorar meu dom.

De amar,de aprender,de ensinar.De ser.Humano.

"Um pouco de tudo, um muito de vida e vontade, uma coragem para mudar o que for preciso" - Votos de uma amiga.

"Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior!"

OBS:E em vez de pedidos que não podem ser revelados,faço promessas para serem cobradas: eu quero e vou investir mais naquilo que eu quero pra vida toda.

domingo, 6 de julho de 2008

Cheiro

Não se cansar de sentir,e querer sentir cada vez mais.Entorpecer-se,esvaecer-se,enlouquecer-se.Lembrar-se...Lembrar-se de um tempo juntos.
O cheiro do vidro de perfume que ela deixou,o cheiro no travesseiro que ele deitou.
O cheiro dele.O cheiro dela.
A surpresa pela manhã ao pé do ouvido,o rastro no corredor de quem sai ao seu encontro...
Tudo uma vontade de não querer que a falta sobre.
Quando sobra,o o coração dispara.
O meu anda constantemente apressado...

"No rastro do seu caminhar
No ar onde você passar
O seu perfume inebriante pendura o instante
A rua inteira a levitar
Me abraça e me faz calor
Segredos de liquidificador
Um ser humano é o meu amor
De músculos, de carne e osso,pele e cor"

quinta-feira, 3 de julho de 2008

A urgência de não se esperar

Se puderes andar sem olhar pra trás,aprecio.Se não puderes,apenas não pares de andar.Se preferes,andes de costas,mas em frente.
Se me olhas com gosto de saudade,se me sentes com a presença da falta.Não me esperes.Não esperes que eu te espere.Não te espero.
Esse tempo não é seu.Esse tempo não é meu.Nosso tempo já se foi.Não digo nunca:é tempo demais.Creio no meu agora e no que quero que seja o que está por vir.Não te vi.
Não posso esperar.Não quero.Não posso te esperar.Talvez um dia queira...talvez sempre quis.
Olhes para aquela cama na qual me esperavas.Faças o que quiseres dela,só não me esperes mais.
Sinto urgência em não esperar.Não me queiras.Não queiras que eu te queira.Meus passos se vão apressados.
Já passa das 19h.
Aonde está o meu chapéu?
Todos os dias:me ame
"I thought we'd be simple together...
I thought we'd be sexy together..."

terça-feira, 1 de julho de 2008

Manual de bonecas

Quer,não quer.Gosta,não gosta.Quer você desse jeito,e um segundo depois,reclama.
Não dá pra entender.O bordão "Mulheres são muito complicadas" é realmente aplicável.

Eu,como uma delas,digo que é em parte.Somos apenas complicadas...
Temos um olhar extenso sobre as coisas contraposto ao olhar simplista masculino.Uma sensibilidade tão aflorada que bate de frente com a racionalidade deles.Como querem falar que somos complicadas demais sendo que eles são simples demais????Não pode...não deve...não deixarei!! "Vocês homens são simples demais" Eis o MEU bordão.

No máximo,aceito um acordo.Se vocês nos verem com um olhar mais atento,as crises diminuirão!Se não quiser também,problema seu.Não mudarei também.Ham!

Mulheres.Centenas de páginas de guia.
De instrução?NUNCA!
Podem ajudar você a trilhar um caminho menos complexo,mas instruir o que é certo,difícil.
Mulher é muito relativa!Eu sou.

"Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes, não me julgues,não me tentes
O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto, eu não sou assim
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava a teu lado então
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser" 1ºde Julho(Letra de Renato Russo)

Vai entender...rsrs

Obs. Contribuição de várias