quinta-feira, 29 de maio de 2008

Horário

Temia.

Por dentro,sabia dos meus ensejos,dos meus desejos.Das travessuras que estavam por vir.Não tinha lá tanta certeza se eram certos,corretos,mas sei bem não ocupo o lugar de um semi-deus.Sou errante confessa.E confesso que errar ás vezes faz um bem danado.

E se venho por meio desse post lhe confessar tudo que passou pela minha cabeça é porque sei que você gostaria de saber,você se sentiria melhor.Esse pequeno espaço de tempo que deixamos valeu a pena;VocÊ vai gostar.Qualquer coisa por um riso seu.Por uma palavra irônica sobre algo que já sei foi.

Esperava por uma situação propícia.Como você sabe,a frieza e o cálculo são algumas das características comuns a nós.Foram indispensáveis para criar esta tal situação.Ou você realmente achava que o mundo "conspirava" a nosso favor?!O mundo não conspira,só sabe girar.Mal sabia você do tremendo esforço que empenhei nessa "conspiração".E a melhor parte:fazer tudo do meu jeito pra ficar do seu jeito.Naturalmente,como deve ser.No seu gosto.

Conquistar foi recíproco.Você adora um charme.Eu adoro um mimo.Morangos e chocolate.E seja o que Deus quiser...

Saí de casa com certo receio.Ás vezes,as coisas friamente calculadas se escondem na hora em que mais precisamos!Mas dessa vez estava convicta...haveria de dar certo.Porque você queria,eu também.Porque você gostava,e eu...

Chovia muito...
eu estava com uma blusa branca.
Se foi intencional ou não,só Deus sabe...e você.
assim como todo o resto que aconteceu.

Se eu tivesse que proferir uma única palavra que descrevesse tudo,eu diria com a maior certeza:

Marcou.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Suspiro...


Tão difícil expressar as coisas do coração.Tenho dificuldades com lampejos.


Pensei durante as horas em que meu peito se prendeu sobre seus olhos rútilos,uma quimera,um desatino,a simples vontade de achá-los.Acordada,recordava de um tempo em que lhe prendia nos meus braços,traçava as linhas do seu rosto como pretexto de tocá-lo.
Que belos traços você tem...

E esse seu enleio tácito,fruto do seu gesto contido, me fascinava de tal maneira que o meu gesto se tornava derradeiro.Ele que quase não se expressa,tinha vergonha de chegar por último,mas por você,ele chegava.
Quanta pressa você tinha...

Um esplendor que vinha de você por completo.Era meu desejo que flamejava,esse não tinha como se esconder.Mostrava-se nos meus olhos.Ocultas ficavam apenas as minhas mãos,que só pensavam na possibilidade de conduzir seu corpo.
Que belo corpo você tem...

Toda essa sua volúpia de sentidos,todo esse cândido sentimento que nunca foi impudor.O seu amor,o meu amor e esse nosso carinho.Provavelmente eterno,nem que seja mudo e bem fundo no peito.


Esse é nosso envolvente arabesco.


E por fim,na minha face pálida encontrei sua lágrima.


domingo, 25 de maio de 2008

Desapego

Saber parar na hora certa.Retomar as características de ser fria e calculista.Previnir-se.Ás vezes é bom não se deixar levar.Por que?Porque eu sou assim.E ponto.

Ouvi muitos criticarem negativamente a minha precavidade,o meu jeito de não querer me arriscar muitas vezes.Mas o fato é que quando se quebra a cara,dificilmente se quer arriscar logo em seguida,não?Eu acho.
E percebi ultimamente que,mesmo com as pessoas que não se envolvem nos ocorridos,mantenho certa distância por um tempo,até me convencer que estou segura pra arriscar novamente.Até me reencontrar,prefiro dois passos de distância.

Ah...quantas vezes fechei meus olhos...quantas vezes.Á medida que a gente cai e machuca,levantamos de um jeito diferente.Não somos mais os mesmos,me creio mais forte.Posso ter me enganado ao proferir um inocente "eu te amo",mas foi com a melhor das intenções.

E hoje,um pouco arranhada da queda,desapeguei.
Sou capaz até mesmo de voltar atrás do "eu te amo".
É...sou sim.

*Incrivelmente,esses episódios estão constantes.

"Perder-se também é caminho" C.L.

sábado, 24 de maio de 2008

Perdão...

Juro que não tive a intenção.Na verdade,não posso jurar.Então,desejo não ter tido a intenção,mas creio que inconscientemente aconteceu.

Estava eu com meus botões e com meu violão.E com minhas ideologias,verdade.Confabulando comigo,fazendo o que mais gosto de fazer e o que ás vezes não me deixa dormir:pensar.E entre os acordes muito bem conhecidos de uma específica composição própria,minha voz se misturava com o sentido que a canção fazia pra mim.Um sentido único de saber exatamente o que ela quis dizer.O sentido verdadeiro que só eu sei,sempre.Confesso ser um gostinho ótimo de ter isso pra mim.Mas enfim,não estou aqui pra falar diretamente de composição.

O fato é que um verso,o último do refrão,aquele que deu nome á dita cuja,contraria exatamente todas as minhas ideologias.Como assim??Eu,tão preocupada com o que escrevo,criticando atitudes e compondo as certas(pelo menos a meu ver) cometo esse crasso erro de me contradizer.Me cortou o coração.

Tratei-o como objeto e deixei a entender que assim fiz com todos os outros possíveis...A primeira coisa que me veio á cabeça é aquele bendito ditado: "aqui se faz,aqui se paga".

De troféu o fiz,de troféu fui feita.Pelo menos me senti assim

Tudo que me cabe é pedir perdão.Não sei quem você é...nunca sei o nome de meus personagens e destinatários,mas o que vale é a intenção.

Obs.Talvez a auto-crítica não faça sentido,a música ainda assim continua muito coerente.Mas queria desabafar.

"No meu inventário coloquei seu nome, mas não sei nada do destino
Espero encontrar em ti amor de homem, sorriso de menino
Não troco o meu viver pra colecionar lembranças em vão
E não quero você como mais um na vitrine da minha coleção"

Sobre Armadilhas,Vitrines e Coleção.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

As minhas mãos

Grandes,fortes e delicadas.Bonitas.Sensíveis,óbvio.

Mantêm íntima relação com o “quase esquerdo” no meu peito.São mais realistas,todavia.Só sentem o que há,de fato.Não se iludem.Ou é,ou não é.Racionais.São tão mais inteligentes que meu coração...

As mesmas que inventam os acordes que desconheço,rodeiam seu pescoço.As mesmas que se movimentam em busca de expressão,tocam seu rosto expressamente.As mesmas que lhe escreve os mais belos votos,se fecham ao saber da presença das suas.Elas têm medo.O meu “quase esquerdo” também.

Talvez um dia elas voltem a lhe procurar.Onde estão que não encontram as linhas do seu corpo?

Ainda não percebi,mas me disseram que estou dependurada.

"As figuras imaginárias têm mais relevo e verdade que as reais." Fernando Pessoa

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Constância

Acho cômico essa palavra nortear minha vida completamente.Alguns me definem com ela,outros me admiram por ela,e muitos me julgam por ela.Eu gosto e desgosto.E sei que será sempre assim.Mas o que é que eu posso fazer se ela me dá segurança,se ela me propõe um caminho que todos procuramos,que é o de saber quem somos?Eu ainda não sei.E não posso fazer nada.

Se por um lado ela me traz a certeza,por outro ela me priva da liberdade.Ao mesmo tempo que me torna consciente,me impede de arriscar.E definitivamente,minha vida seria insuportável sem correr riscos.

Ela me define?Na maioria das vezes.Ela me limita?Na maioria das vezes."Definir-se é limitar-se"
Se acham que por ela conseguem chamar alguém com meu nome,usem.Se acham que com ela eu deixo um pouco de viver,não se calem.Mas existe algo dentro de mim que grita por ser constante,que precisa de constância.São "cláusulas pétreas",palavras de um amigo.E talvez consiga até expressá-las...disse para outrem por esses dias.Gentileza...essa não é volúvel.


“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”. Clarice Lispector

terça-feira, 20 de maio de 2008

Conforme e disforme

Que o meio definitivamente consegue - no mínimo - influenciar a vida de uma pessoa,todo mundo sabe.Que o meio consegue definitivamente influenciar a minha vida,todo mundo sabe;mas o que poucos sabem,é que a moldura não cabe a mim.Os meios não me moldam.Eu simplesmente me adapto á ele.Eu sou flexível.Sou não...exigiram que eu me tornasse.Agradeço ás exigências.

Tão fácil dançar contra e conforme a música,saber lidar com qualquer tipo de pessoa e se fazer "lidável".Descobri que adoro me complicar.Adoro me relacionar.Adoro conhecer.Adoro experimentar.Adoro viver.E não estou nem um pouco preocupada com avulsos.Avulsos nunca têm o que fazer.Mas eles adoram falar.Adoram viver da vida de outros.

Paciência.Paciência e malemolência.O vulgo jeitinho brasileiro me foi concedido integralmente para ser maleável,flexível.Mas como eu disse,a moldura não me cabe.Posso conhecer vários,muitos,diferentes,iguais.Mas tenho um jeito que é só meu.E desse jeito eu não abro mão.Se eu abrir mão de mim,quem é que vai cuidar?Quem é que vai querer ser eu?Eu sou muito chata pra alguém querer ser!Meu jeito não cabe á ninguém mais.Eu sou só minha.